Tentativa de assalto e tiroteio vira rotina para os vigilantes das bases do Litoral Paulista

Mais crimes

A insegurança nos terminais da Transpetro e nas unidades da Petrobrás virou literalmente um caso de polícia.  Na tarde de ontem (18), homens armados dentro de dois carros, tentaram entrar, através do PV-1, na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão. Os vigilantes atuaram a tempo e houve troca de tiros o que acabou frustrando o intento dos assaltantes.

A situação poderia ter sido pior já que esses trabalhadores não ficaram cobertos pelo monitoramento da RPBC. Até o dia anterior eles também não tinham acesso ao sistema. Para piorar a situação faz tempo que os portões do PV-1 estão quebrados e isso nao permite que os vigilantes consigam fechá-los. O horário da tentativa de assalto foi por volta das 17h, o que mostra que a insegurança na unidade não tem hora para acontecer e revela a fragilidade da segurança do local. 

No mesmo dia, por volta das 18h30, o terminal da Alemoa, ao que tudo indica, foi alvo dos mesmos assaltantes. Dessa vez, eles foram surpreendidos dentro da unidade. Um dos vigilantes de plantão percebendo a movimentação atirou contra eles que acabariam fugindo.

O Sindipetro-LP tem tentado por todas as vias marcar uma reunião com a diretora da Petrobrás, no Rio de Janeiro, mas não tem obtido resposta.  Toda essa situação só demonstra o que cansamos de denunciar – que os gestores não estão preocupados com a segurança dos trabalhadores e nem das instalações das unidades, o principal objetivo é a redução de custos. Sem análise real do que estão colocando em risco.

Prova disso, foi a redução de 28% de adicionais sobre o baixo salário base do vigilante que atuam na refinaria. Além disso, está contemplada também a extinção da função de supervisores de segurança, a troca de convênio médico por outro com menos coberturas, o sucateamento do transporte dos vigilantes, e a perda de postos de trabalho incluindo o Centro de Controle da Segurança (CISP), o CFTV da UTE e recepção.

Morte e mais violência

Assistimos a precarização da segurança no Sistema Petrobrás matar em março de 2014 o segurança patrimonial Francisco Eduardo de Campos Filho, que trabalhava para a empresa EVIK, na RPBC. O vigilante foi morto durante assalto aos caixas eletrônicos da unidade, alvejado sem defesa por homens que já chegaram atirando.

O Terminal de Pilões, em Cubatão, também tem sido alvo de assaltantes. No mês de janeiro, uma quadrilha invadiu o terminal, resultando no roubo de duas armas, dois coletes, rádios comunicadores e munições. Esse fato não foi isolado já que a planta está sendo castigada por subsequentes invasões, furtos, arrombamentos e assaltos. De um lado, estão os trabalhadores e suas vidas em risco, cansados do sucateamento na área da Segurança (própria e terceirizada); do outro, temos a Gerência da ISC, que é especialista em práticas antissindicais, em terceirizar postos de trabalho, em assediar com transferências compulsórias, entre outros.

É inadmissível que uma empresa do porte da Petrobrás queira economizar arriscando a vida de seus empregados. Será que teremos que assistir mais mortes para que a segurança seja levada a sério? Será que nossas vidas são tão baratas a ponto de pagarem para ver o pior acontecer?

Talvez se a responsabilidade pelas mortes no Sistema Petrobrás recaíssem sobre os gerentes que as sacrificaram, mandando-os para a cadeia, o trabalhador fosse mais respeitado.