Petroleiros realizam atrasos e corte de rendição contra punições e contra o calote dos contratados

Categoria em luta!

Os petroleiros e petroleiras do Litoral Paulista amanheceram de braços cruzados, nesta terça-feira (19), nas unidades do Litoral Paulista. A paralisação, de duas horas atingiu a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), Termelétrica Euzébio Rocha (UTE-EZR), Terminal da Alemoa, Terminal Almirante Barroso (Tebar) e Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA).

Em pauta, o Projeto de Lei 8939/17, que pode significar para a União a entrega 15 bilhões de barris do pré-sal para empresas petrolíferas estrangeiras, com um rendimento mínimo para o Estado brasileiro.  Pelo texto original do projeto, a Petrobrás fica autorizada a vender até 70% das áreas não concedidas da camada pré-sal, enquanto a legislação atual (Lei 12.276/10), a estatal está expressamente proibida de fazer essa transferência, como forma de defender seus interesses e os do País. O PL depois de ter passado por votação, em regime de urgência, pode ser votado nesta terça-feira (19), no Plenário da Câmara. Os petroleiros não vão desistir de defender o país! Um grupo de petroleiros junto com os eletricitários está conversando, nos corredores do Congresso Nacional, com os deputados para votarem contra a entrega do patrimônio nacional e também da tecnologia da exploração em aguas profundas.

Além disso, a Diretoria do Sindipetro-LP também falou sobre a o julgamento da RMNR que acontece nesta quinta-feira, em Brasília, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O sindicato reservou parte das mobilizações para falar sobre as punições que aconteceram com três trabalhadores da UTE Euzébio Rocha, que aderiram à greve da categoria. Punições de todos os tipos estão sendo aplicadas aos petroleiros em várias unidades do país. Em Minas Gerais, na Refinaria Gabriel Passos (Regap), um operador foi punido por “abandonar” a unidade após 16 horas de trabalho ininterruptas. 

Mobilização nas bases

Na RPBC e UTE-EZR, em Cubatão, o corte no turno foi feito logo pela manhã e a adesão foi forte com 100% do turno e terceirizados com os braços cruzados e praticamente 80% do ADM também se incorporando à mobilização. O Sindipetro-LP reiterou o apoio aos trabalhadores da Alpitek, empresa responsável pela manutenção, na RPBC, que continuam em greve contra atrasos de salários e retiradas de benefícios. A empresa terceirizada se tornou um verdadeiro pesadelo na Refinaria de Cubatão. Neste momento em que parte importante dos ativos da Petrobrás são vendidos não são apenas os trabalhadores próprios da companhia que estão sendo atingidos, mas os trabalhadores terceirizados são os primeiros a sentirem o efeito da crise provocada em nome da privatização.

No Terminal Alemoa, em Santos a adesão de 80% no ADM e do turno de 100%. No Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, a adesão dos trabalhadores do administrativo foi de 80% e do turno de 100%. Na UTGCA, em Caraguatatuba, os trabalhadores junto com os dirigentes do Sindicato fizeram piquetes em frente à unidade, com adesão de 100% no turno.