Sindicato e categoria pressionam UN-BS a respeitar direitos

Realizados nesta quarta-feira (28/04), atos provocam atraso no Edisa I e em embarque de Mexilhão no aeroporto de Itanhaém

O Sindicato organizou nesta quarta-feira (28/04) dois atos de repúdio aos abusos cometidos pela UN-BS com os direitos dos trabalhadores. As manifestações foram realizadas através de atraso no Edisa I e no embarque à plataforma de Mexilhão, no aeroporto de Itanhaém. O principal objetivo foi exigir o pagamento imediato das horas extras não acertadas aos petroleiros obrigados a folgar e a regularização dos pagamentos de horas extras em toda UN-BS.

Não são apenas os petroleiros da PMLX que sofrem com os mandos e desmandos de gerências que se negam a cumprir procedimentos da companhia, ACT e a própria CLT. As gerências, como do ENGP/MI, têm negado os acertos de hora extra. Num momento em que a Petrobrás atinge lucro de mais de R$ 28 bilhões a categoria é privada de receber pelo trabalho realizado.

O protesto ainda reivindicou benefícios praticados em outras unidades da companhia, como na Bacia de Campos, mas que a UN-BS se nega a aplicar em suas plataformas. Exigimos a implantação de indenização pelos "dias do desembarque", que são feitos na folga, e a indenização pelo descumprimento do interstício de 11 horas (interjornadas). Estas bandeiras foram levantadas na última negociação coletiva.

À época, a própria gerência do RH da UN-BS afirmou que seria buscado um acordo regional, caso os dois benefícios não fossem acertados nas negociações no Rio de Janeiro. Os meses se passaram e, até agora, nada. O sindicato e a categoria tiveram toda paciência para negociar. Depois de meses de banho maria, a paciência chegou ao limite. A indignação da categoria é alta e a UN-BS se mostra indisposta a negociar melhorias para os trabalhadores.

O Sindicato ainda informou aos petroleiros que as negociações da PLR começaram. A partir do momento em que a Assembléia dos acionistas determinou a parcela do lucro para eles mesmos, R$ 8 bilhões, a batalha por uma PLR mais justa e igualitária, começou. Estamos em processo de negociação da segunda parcela deste direito e o recado dado a companhia foi que se pratique o previsto na Lei, ou seja, 25% do valor destinado aos acionistas para os petroleiros.

Mesmo após protestos e vôos inviabilizados para a plataforma, UN-BS não topa negociaçãoDurante os protestos o Sindicato encaminhou ofício à empresa solicitando uma mesa de negociação para o mesmo dia. O objetivo era avançarmos em propostas que beneficiem os petroleiros e caminhem para a solução dos problemas. No entanto, demonstrando um total descaso com a categoria, a UN-BS não se pronunciou. Por estas e outras posturas, a empresa força a categoria a ir para o enfrentamento. Certamente é nestes momentos que questionamos se realmente estamos em uma das melhores empresas do mundo.Polícia marca presença nos movimentosNo protesto realizado no Edisa I a PM registrou ocorrência contra o Sindicato. Não diferente do que tem ocorrido nos últimos movimentos no Sistema Petrobrás, a polícia tem aparecido para fortalecer o lado da empresa. Se foi a mando da companhia, ninguém sabe. O irônico da situação é que são os petroleiros que tem seus direitos seqüestrados.[gallery link="file" orderby="rand"]