Petroleiros resistem ao assédio gerencial e tentativas de intimidação

Um dia vitorioso de greve

A greve petroleira no Litoral Paulista, nesta quarta-feira (30), fecha o dia com um balanço muito vitorioso. Forte adesão da categoria, grande demonstração de solidariedade de outros trabalhadores e ativistas que nos ajudaram nos piquetes, a poderosa unidade de petroleiros e caminhoneiros pela redução no preço dos combustíveis e pelo Fora Parente!

Sobre isso, escrevemos na matéria "Decisão do TST não intimida categoria e unidades da Petrobrás amanhecem em greve”. Neste texto, trataremos das adversidades que enfrentamos.

Desde as primeiras horas deste dia de luta nacional pela redução no preço dos combustíveis e contra o desmonte da Petrobrás, tivemos de enfrentar diversas tentativas de intimidação sobre os grevistas.

A primeira delas ocorreu na P-66, plataforma localizada na Bacia de Santos, onde a gerência lançou mão de todo tipo de assédio para pressionar os trabalhadores a não aderir ao movimento. Tentaram dividir os grevistas, insinuando que um setor estava se expondo mais que o outro, e fizeram ameaças em conversas individuais tais como “terei que passar o nome ao gerente". Inadmissível!

Já no Edisa Valongo, em Santos, infelizmente uma cena lamentável se repetiu: como ocorreu na greve de 2015, o petroleiro que naquela ocasião avançou com o carro sobre os grevistas repetiu o mesmo expediente. O resultado foi uma de nossas apoiadoras feridas, sendo obrigada a se deslocar ao hospital para cuidados médicos. Um boletim de ocorrência foi registrado para que essa violência não se repita. Não iremos mais tolerar violências deste tipo.

Sabemos que há trabalhadores que discordam das decisões coletivas da categoria e preferem não participar do movimento. No entanto, pedimos a esses companheiros e companheiras que, ao menos, escutem o que os colegas de trabalho que participam dos piquetes de convencimento têm a dizer.

A criação de um ambiente hostil ao sindicato e seus dirigentes, por parte da gerência, não tem sido novidade. Mas não podemos permitir que a empresa seja bem-sucedida em sua tentativa de dividir a categoria. E importante pontuar: informações falsas foram espalhadas para os trabalhadores que embarcavam, afirmando que a maioria dos trabalhadores offshore não tinham aderido à greve.

Por fim, no início da tarde desta quarta-feira (30) um grupo de soldados do exército e tropa de choque se deslocaram até a Alemoa, concentrando-se inclusive nas mediações da Transpetro, sob a alegação de “garantia da passagem de caminhões com combustíveis”.

No entanto, sabemos muito bem que Temer tenta neste momento acabar com a greve de caminhoneiros. O uso de forte aparato repressivo não deixa dúvidas de que a intenção é intimidar. O mesmo tem sido feito contra nós, petroleiros, em diversas refinarias espalhadas pelo país.

Devemos repudiar qualquer tipo de conduta que afronte o direito dos trabalhadores e coloque em risco as instalações da Petrobrás e as vidas dos trabalhadores e das comunidades circunvizinhas. Lutar não é crime!