Reunião de acompanhamento de ACT e Regime de Trabalho termina sem respostas

Rio de Janeiro

Nesta quinta-feira (3), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) esteve reunida com o RH na reunião de Acompanhamento de ACT. Na parte da manhã foi discutido Regime de Trabalho. Na parte da tarde, a reunião será sobre AMS.

Os diretores da FNP fizeram um preâmbulo abordando as dificuldades impostas aos aposentados, retirada de direitos e mudanças no Benefício Farmácia, além claro, de tecerem críticas ao processo desmonte da Petrobrás, cuja direção de Pedro Parente anunciou a intenção da empresa em vender seus ativos na área de refino e fertilizantes, e da nomeação de um “preposto” da Shell em seu Conselho de Administração.

“O rumo claro da privatização já está colocado. Talvez está seja a última reunião tranquila que iremos ter”, disse Eduardo Henrique, diretor da FNP/Sindeipetro-RJ, ao comentar sobre a PLR, durante o preâmbulo. “Estamos questionando esses cálculos”, completou.

PLR foi um dos pontos fortes da reunião, bastante questionado. Nesse contexto, vale lembrar que os sindicatos filiados à FNP não assinaram a quitação da PLR, pois os cálculos estão sendo questionados.

Ao que parece, a Petrobrás mudou o seu conceito de “remuneração”, descontando adicionais que seriam devidos, especialmente na área operacional, trazendo prejuízo para os trabalhadores. Os dirigentes da FNP também criticaram o fato de não terem sido chamados pela direção da empresa para discutir PLR.

Alimentação nas refinarias também foi motivo de insatisfação na mesa de Acompanhamento de ACT e Regime de Trabalho. Rafael Prado, diretor da FNP/Sindipetro-SJC, relatou uma série de fatos sobre a péssima qualidade da alimentação servida na refinaria na Revap.

Segundo Prado, o Sindipetro-SJC alertou no dia em que o novo contrato passou a valer que, com a queda no valor pago pela refeição, a qualidade certamente cairia. No entanto, nada foi feito.

Durante a reunião, os ânimos se exaltaram e a direção da FNP criticou o comportamento da direção da Petrobrás, que não reconhece a situação de trabalhadores que exercem turnos de 12 horas, mas que não são efetivados na função. O representante da Petrobrás critica a judicialização do problema feita pelos respectivos sindicatos.

Ao ser questionada sobre o transporte para trabalhadores da REVAP, a empresa disse que contatou as unidades operacionais em que ocorrem problemas de transporte com trabalhadores. A FNP mais uma vez cobrou providências de fato para a falta de comunicação sobre alteração de itinerários, uso de veículos inapropriados como vans e mudanças de no percurso que deixam trabalhadores em situação de ficarem a pé na estrada, correndo risco de assaltos.

Outro ponto criticado foi a questão do aéreo em Jacarepaguá. De acordo com a FNP, a direção da Petrobrás decidiu desativar todas as operações aéreas de transporte de funcionários às plataformas de petróleo a partir de aeroportos no litoral de São Paulo. Os voos de helicópteros foram transferidos, em definitivo, para o Rio de Janeiro, onde agora ficam concentradas as operações à Bacia de Santos.

A estatal alegou, oficialmente, redução de gastos para justificar a decisão. Em Itanhaém (SP), no Aeroporto Estadual Antônio Ribeiro Nogueira Jr., a companhia investiu R$ 14 milhões na última década para modernizar um terminal voltado a 600 voos anuais com destino às plataformas de petróleo Merluza e Mexilhão. Contudo, agora, transfere todas as operações aéreas para o precário aeroporto de Jacarepaguá (RJ), impactando a vida de mais de 180 trabalhadores.

Na mesa de negociação, a representação da Petrobrás disse que tomará ciência das condições do local.

Com relação à redução de efetivos, o RH informou que os turnos operam em situação de normalidade, fato contestado pela FNP, em que informou que existem situações em que trabalhadores permanecem solitariamente em turnos que exigem a presença de operadores e supervisores. “tudo está bonito até dar algum problema” – disse Marcos Dias, diretor do Sindipetro-RJ, locado no TABG.

Em determinado momento da reunião, representante da empresa anunciou novo plano de carreira da Petrobrás, intitulado PCR, e informou que a direção da estatal pretende ouvir os sindicatos. A previsão é que seja implementado ainda no segundo semestre de 2018.

Em seguida, diretores da FNP e de seus sindicatos cobraram informações sobre as condições do serviço de consultoria contratada para a formulação do plano e da confirmação do valor de contrato, divulgada no Portal da Transparência em R$ 36 milhões. O também diretor da FNP/Sindipetro-RJ, Celso “Cafú”, questionou de que forma esse novo plano vai impactar os aposentados do sistema Petrobrás e as contribuições da Petros.

Em resposta, representante da Petrobrás informou que essa consultoria está sendo feita pela Fundação de Instituto de Administração (FIA), através do Prof. Dr.Joel Souza Dutra, e que não procede a informação de que o valor de contrato seria de R$ 36 milhões.

Nova reunião sobre o novo plano de carreira está prevista para o final de maio, em mais informações serão passadas.

Outros temas, como retorno férias (Treinamento e saldo negativos); listagem dos trabalhadores próprio demitidos por liminar; e banco de horas REVAP; cálculo da remuneração para pagamento da PLR foram colocados na mesa de negociação.

Segundo o RH, em resposta aos questionamentos sobre PLR, tudo foi feito em prol do empregado. “Estamos seguindo uma regra que já foi aplicada e a nossa intenção era fazer com que o empregado recebesse o mais rápido possível”, afirmou o RH. “Não estamos reduzindo o escopo”, completaram. Contudo, o RH informou que vai conversar internamente para avaliar a possibilidade de melhorar a PLR.

Assim, a reunião terminou com muitos questionamentos sem respostas.

Fonte: FNP