Eletrobrás pagou quase R$ 2 milhões para que falassem mal da própria empresa

Petrobrás sofre com tática semelhante

A notícia de que a Eletrobrás pagou  quase R$ 2 milhões para que falassem mal da própria empresa tomou os meios de comunicação de todo o país. Embora seja um escândalo, usar veículos de comunicação e personalidades públicas para vender uma ideia é recorrente no país e tem sido muito usado pela direção da Petrobrás para justificar a privatização da empresa aos pedaços. 

No caso da Eletrobrás, em busca de uma mobilização da opinião pública e formação de ambiente favorável para sua privatização, a empresa traçou como estratégia a divulgação de um cenário de mazelas e problemas da estatal, revelada pela Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo. 

Esse movimento, segundo a apuração do repórter Lúcio de Castro, começou em 20 de setembro de 2017, quando a empresa assinou, sem licitação, contrato com a RP Brasil Comunicações, do grupo FSB Comunicação, a maior assessoria de imprensa do país.

De acordo com a reportagem, a agência acionou os chamados formadores de opinião, comentaristas econômicos, colunistas e repórteres em geral para mostrar um cenário que tornasse urgente a privatização, acelerada pela pressa do governo federal em concretizar o negócio.

Seguindo o mesmo princípio da propaganda contra a própria empresa, a direção da Petrobrás, agora sob a presidência de Pedro Parente, vem utilizando os escândalos de corrupção investigados pela operação lava jato, envolvendo a estatal, partidos políticos e empresários para vender ativos lucrativos e estratégicos da empresa. 

Pela boca da mídia, paga para desvalorizar os ativos da Petrobrás, a venda do controle acionário das refinarias Abreu e Lima (RNEST), Landulpho Alves (RLAM), Alberto Pasqualini (Refap) e Presidente Getúlio Vargas (Repar) e a Transpetro com sua infraestrutura de transportes, dutos e terminais, será necessário para cobrir parte do rombo bilionário, estimado em US$ 88 bilhões.
Parte desse rombo, sabemos, vem da desvalorização de ativos, justificados no impairment da empresa, feito durante queda do barril de petróleo e desvalorização do real. De 2015 para cá, a dívida da Petrobrás baixou de R$ 351 bilhões, para R$ 308 bi, somente com a variação do dólar.

Usar recursos da própria empresa para convencer a opinião pública de que ela dá mais prejuízo que lucro é a prova de que qualquer bem nacional está à disposição do mercado. 
Será preciso mobilizar toda a classe trabalhadora para barrar a venda de ativos importantes para a soberania do país. Com o governo corrupto que vemos no poder, fica evidente a quem está servindo o golpe ainda em curso no Brasil.

Com informações do Congresso em Foco