Voos noturnos, panes, pagamentos de extras e adicionais: Falta de comunicação de Geplat deixa tripulação apreensiva

Só problemas

Na reunião com RH da UO-BS para tratar sobre os problemas de voos com os responsáveis e gerentes do transporte aéreo, chegamos a uma conclusão contundente: Não há nenhuma preocupação por parte dos gestores da empresa em informar aos trabalhadores que utilizam esse meio de transporte sobre as ações que estão tomando para resolver os problemas.

Diante dos diversos incidentes com voos registrados nos últimos meses parece mesmo que a empresa não tem tomado nenhuma medida para acabar com os problemas, mas durante a reunião soubemos de algumas ações tomadas, mas que não foram comunicados aos principais interessados, os trabalhadores embarcados.

Tais erros primários de comunicação deixam evidente a falta de preparo e responsabilidade dos Geplats, que ou não buscam informações sobre o que está sendo feito, ou simplesmente não se importam em tranquilizar os companheiros, quando o mínimo que precisam fazer é reportar as soluções sobre as demandas solicitadas.

Além dos problemas nos voos, questionamos o RH da UO-BS sobre mudanças arbitrárias, decididas sem diálogo com os trabalhadores e sem que o sindicato fosse chamado para debater sobre as implicações para a empresa e força de trabalho. Dentre os assuntos, questionamos sobre o quadro mínimo, mudança nas formas de treinamentos, falta de pagamento de horas extras e adicional de confinamento, entre outros.

Vamos às respostas
Em resposta aos problemas apresentados no final do ano, em 7 de novembro e 17 de janeiro, em que o sensor de limalha no óleo apontou problemas na aeronave  PR-CDV, segundo a empresa, esta aeronave ficará fora de operação até que passe por uma manutenção completa. O sindicato vai acompanhar o resultado das análises e correções na aeronave.

Uma dúvida constante da categoria é saber quem é responsável por resgates no mar em casos de acidentes, já que entre os embarcados não há indicação de profissionais treinados e muito menos equipamentos adequados para essas condições. Nesses casos, o resgate seria feito pela FAB.

A preocupação dos trabalhadores é justa e faz eco com a reivindicação do sindicato, que ressaltou para o RH a importância de acabar de uma vez por todas com os voos noturnos, principalmente para os que transitam nas rotas para as plataformas da bacia de Santos, que ainda não conta com estrutura própria para atendimento de emergências.

Quadro mínimo
O sindicato cobrou reposição dos técnicos para evitar os embarques e horas extras dos empregados lotados nas plataformas da bacia de Santos. A plataforma de Mexilhão recebeu 10 empregados até agora, sendo três engenheiros, um técnico de manutenção e seis técnicos de operação. Segunda a empresa, um novo MOBILIZA, previsto entre abril e agosto de 2018, trará outros oito técnicos de operação e três técnicos de manutenção.

Em Merluza foram relocados 11 empregados, sendo um engenheiro, oito técnicos de manutenção e dois de operação. Um novo mobiliza deverá empregar um técnico de operação e um técnico de manutenção.

Para a P-66, segundo a gerência, o déficit é de dois técnicos de operação. Não há previsão de contratação ou transferência.

Mudança nos treinamentos
A Petrobrás tem permitido que trabalhadores mudem de função sem que passem por treinamentos, conforme norma da empresa. Questionada sobre o desvio, a empresa respondeu que agora a maioria dos treinamentos são realizados apenas com a leitura dos padrões e do consentimento do empregado, confirmando ciência da mudança.

No caso de embarcados, 50% do treinamento prático é feito através de acompanhamento de outro empregado há mais tempo na função e os outros 50% do treinamento feito já em seu posto atual, sem acompanhamento. Os embarques previstos no treinamento são no mínimo três e dependem da anuência do próprio empregado.

O sindicato tem conhecimento que nem mesmo os três embarques estão sendo cumpridos, e que os empregados recém-transferidos são pressionados a assumir postos aos quais não receberam treinamento. Reforçamos que não concordamos com essa forma de treinamento, pois acreditamos que nesses casos deveriam ser realizados por mais tempo.

Além dessa conduta arriscada por parte da empresa, outras aberrações começam a surgir. Um dos casos é quando o trabalhador é obrigado a passar por treinamentos obrigatórios durante sua jornada de trabalho, tendo que dividir a atenção nas duas tarefas.

A orientação do Sindipetro-LP é que o empregado que não se sentir preparado deve procurar sua gerência imediata e/ou o sindicato. Para o sindicato, os “treinamentos de padrão” não preparam o trabalhador de fato, apenas fazem com que tomem conhecimento do padrão da função. Portanto, nesses casos, o empregado submetido a questionários devem assinalar a opção “Conhecimento do Padrão” e não “Treinamento do Padrão”.

A empresa se comprometeu ainda a criar mecanismos e melhorar a comunicação através da CIPA e outros espaços com a força de trabalho a respeito das ações que a Petrobrás mantem para garantir a segurança em voos.

Pedimos aos petroleiros para relatar qualquer evento que considere anormal. Para isso é necessário que preencham o RELPREV e usem a chave RELP. O responsável pela chave esteve presente nas reuniões com o sindicato e apontou que o relato é importante para acompanhar as demandas da base. Em caso de duvidas, entre em contato com algum diretor para maiores esclarecimentos quanto ao uso da chave.


Benefício academia para Brigadista do EDISA
Trabalhadores que contavam com o benefício denunciaram a extinção da academia para brigadistas do Edisa. Em resposta à denúncia, a empresa garantiu que a academia está mantida, desde que o ASO do beneficiário esteja válido e que o treinamento de brigadista esteja dentro do prazo de vigência. Lembrando que tem direito ao treinamento brigadistas, socorristas, líderes e combatentes.

Direito a um (1) dia de folga anual
Está mantida, conforme legislação.

Troca de empregados de grupo em Mexilhão
A gerência afirmou que as trocas extras entre grupos, são devido à obra em Mexilhão, sendo que ao término da demanda os grupos voltam às rotinas e trocas normais, necessárias para a manutenção do numero de quadros.

Segundo a empresa, nenhuma troca é feita com intuito de prejudicar a rotina dos operadores. A empresa alega que leva em conta o número de pessoas aptas para a função, sendo respeitada a disposição ou não do trabalhador pela troca.

Caso algum operador não tenha interesse em trocar de grupo deve procurar seu superior imediato e caso haja impasse comunique ao sindicato que levará o caso para ser discutido com a empresa.

Pagamento de horas extra em simulados de emergência
Segundo os trabalhadores das plataformas para Mexilhão e Merluza, não estão sendo efetuados os pagamentos de horas extras em simulados de emergência, sendo que os embarcados na P-66 recebem. O sindicato solicitou explicação pela falta do pagamento, já que é devido ao embarcados. O RH da UO-BS pediu prazo até final de março para responder sobre essas questões.

Falta de pagamento de Adicional de Confinamento
Recebemos denuncia de que as empresas Norsul, FMC, HSL, EVIK, Bureau Veritas não estão pagando ou estão atrasando pagamento de adicional de confinamento, sendo que o valor é repassado pela Petrobrás a essas empresas, caracterizando ilegalidade por parte das empresas e conivência por parte da Petrobrás. Mais uma vez a empresa solicitou prazo até março para averiguar a denuncia.

Retorno dos itens sem resposta ou que passaram do prazo estipulado pela Petrobrás para resolução

Pagamento retroativo do interstício da P-66
Depois que questionamos a Petrobrás sobre o pagamento do interstício da P-66, a empresa pediu prazo até novembro do ano passado, depois, dezembro e mais uma vez, que aguardássemos até janeiro, mas até a publicação deste boletim não obtivemos retorno. Solicitamos mais uma vez agilidade no pagamento devido aos empregados, assim como prazo para atendimento da demanda.
O RH da UO-BS pediu mais uma vez prazo até março, para que as equipes responsáveis pelas analises e pagamento terminem o treinamento referente à troca de contrato.

Retorno de férias na P-66
Desde 2013 o que era praticado nas plataformas era que o empregado que não fosse convocado retornaria após suas férias na sua escala de trabalho, neutralizando os dias após as férias até o início de sua escala. 

Acontece que na P-66 transformaram a convocação em uma regra, ou seja, quando o empregado marcar as férias já teria que assinar um documento anexo, para que, caso quisesse voltar na escala normal, teria cinco dias negativados.

Segundo a empresa, a orientação geral da gerência do E&P Corporativo é de que não é mais para neutralizar o retorno das férias. O empregado terá que assinar um termo que constará que “está ciente de que não será neutralizado” e, portanto deve optar por: Retornar a base; trabalhar dois dias e folgar três ou retornar na escala normal e ter descontado cinco dias do “banco de folgas”.

Para os trabalhadores fica a dúvida sobre qual é a lógica da convocação obrigatória, na medida que nem mesmo justifica os gastos que a empresa tem com hotel, viagem etc.