Nova Ministra do Trabalho foi citada em delação da Odebrecht e condenada a pagar dívida trabalhista

Currículo de peso

No país onde, atualmente, há oficialmente mais de 12 milhões de desempregados, o governo Temer deu mais uma demonstração que está se lixando para a situação dos trabalhadores. Na última quarta-feira (3), Temer nomeou para o comando do Ministério do Trabalho a deputada Cristiane Brasil (PTB), filha do presidente nacional do PTB e ex-deputado Roberto Jefferson, corrupto confesso e condenado a mais de sete anos de prisão no Mensalão.

A nova ministra já mostrou fidelidade a Temer, votando pelo arquivamento das denúncias por corrupção contra o presidente, bem como a favor das medidas prejudiciais aos trabalhadores, como a lei da terceirização irrestrita, a Reforma Trabalhista e a PEC do Teto (que congelou os investimentos públicos por 20 anos).

Até calote em funcionários, Cristiane já deu. Segundo divulgado pela imprensa, há, pelo menos, dois processos trabalhistas contra a deputada. Em um deles, foi condenada a pagar mais de R$ 60 mil ao seu motorista, que trabalhava 15 horas por dia, sem carteira assinada.

Como deputada desde 2015, Cristiane também é autora de um projeto de lei polêmico, para não dizer, inútil. Ela tentou regulamentar a roupa das mulheres que frequentam o Congresso e o tamanho dos decotes utilizados, mas a iniciativa não vingou.

Filha de peixe…
A deputada petebista faz jus à tradição da família e também tem o nome envolvido em denúncias de corrupção. Isso porque ela foi citada na delação do ex-executivo da JBS Ricardo Saud por ter recebido R$ 20 milhões para o PTB apoiar Aécio Neves nas eleições de 2014.  Delatores da Odebrecht também acusam a deputada de ter recebido R$ 200 mil como caixa dois.

Com a ida de Cristiane para o Ministério, a vaga aberta na Câmara será ocupada pelo suplente Nelson Nahin (PSD), irmão do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. O currículo de Nahin também é assustador. Ele foi preso com outras 12 pessoas, em junho de 2016, numa ação da Polícia Civil e do Ministério Público sob a acusação de participar de uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes em Campos de Goytacazes (RJ). Só foi solto por um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) e o processo segue em segredo de justiça.

Com informações da CSP-Conlutas