É nesta terça! Frente Sindical realiza mobilizações contra reforma da previdência

Nenhum direito a menos!

Mesmo com o cancelamento da greve nacional, a Frente Sindical Classista da Baixada Santista realizará mobilizações e ato público nesta terça-feira (5) contra a reforma da previdência. O recuo das principais centrais sindicais, que tiraram o pé do acelerador ao perceber que Temer não tem o número de votos favoráveis necessários para aprovar a medida no Congresso, não foi bem recebida pelos sindicatos que integram a Frente na região.

“A greve foi desmontada pelas centrais sindicais majoritárias do país, como CUT e Força Sindical, sem qualquer justificativa plausível.  A suspensão da mobilização nacional desarma a necessária luta contra o ataque às aposentadorias. Não é momento de recuar, vacilar ou fazer negociatas. O momento é de intensificar a luta. Temer recuou da votação na quarta-feira (6), mas pretende coloca-la novamente em pauta no dia 13. Não se fortalece a oposição a este projeto parado, é na rua”, defende Fábio Mello, diretor do Sindicato dos Petroleiros.

E será justamente com mobilizações nas unidades da Petrobras que a Frente Sindical iniciará, logo pela manhã, os protestos. A previsão é de que sejam realizados atrasos na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão; nos terminais Transpetro localizados na Alemoa, em Santos, e em Pilões, em Cubatão; e também no prédio administrativo da companhia, no Valongo, em Santos, e no Aeroporto de Itanhaém, onde são realizados os embarques dos petroleiros das plataformas de Merluza e Mexilhão.

Os dirigentes irão aproveitar a paralisação, no horário de entrada dos trabalhadores, para denunciar o que chamam de contrarreforma. “Ao contrário do que diz a propaganda do governo na tevê, corretamente proibida de ser veiculada por espalhar mentiras, essa reforma não corta privilégios. As altas aposentadorias dos parlamentares não serão afetadas. Para eles, com apenas oito anos de contribuição é possível se aposentar. Já para os trabalhadores o que temos é mais ataques. Se a reforma passar, precisarão trabalhar muito mais tempo para receber uma aposentadoria de valor menor”, alerta Flávio Saraiva, diretor do Sindicato dos Servidores de Santos.

Após os protestos na Petrobras, os dirigentes se dirigem ao meio-dia para o Forum Central, localizado na Praça José Bonifácio, em Santos. Lá, será organizado ato com os servidores federais e estaduais, duas categorias sensivelmente afetadas pela reforma da previdência. “Os responsáveis por tentar aprovar essa reforma não praticam o que pregam. Temer, por exemplo, se aposentou aos 55 anos e recebe R$ 45 mil. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, se aposentou aos 57 e recebe R$ 250 mil do Bank Boston. São esses senhores, a serviço do capital financeiro, que nos exigem novos sacrifícios. Está em jogo o fim do direito à aposentadoria”, opina Adilson Rodrigues, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal.

O dia de mobilizações será fechado com Ato Público, às 18 horas, na Praça da Independência, em Santos, tradicional palco de protestos sociais. "O objetivo é reunir o maior número possível de trabalhadores, desempregados, estudantes, enfim, todos aqueles que se opõem às medidas do governo Temer. Juntamente com o movimento sindical que se recusou a aceitar a decisão das cúpulas das centrais majoritárias, iremos fazer desta terça-feira um grande dia de luta”, garante Michel Iorio, diretor da Associação dos Trabalhadores do Judiciário Estadual.