Em Assembleia nesta quinta (30), petroleiros decidem sobre adesão à Greve Nacional no próximo dia 5

Não à reforma da previdência

Para impedir a aprovação da reforma da previdência, que deve ser votada no dia 6 de dezembro no Congresso Nacional, as centrais sindicais organizam na véspera uma greve nacional unitária. O objetivo é fazer do dia 5 de dezembro, próxima terça-feira, uma data de grandes mobilizações. Com isso, espera-se intensificar a pressão sobre os parlamentares para que este novo golpe de Temer seja derrubado.

Os petroleiros, neste momento mergulhados em uma dura luta contra a direção da Petrobrás pela preservação de direitos, estiveram perto de deflagrar greve por tempo indeterminado no dia 29. Entretanto, a empresa recuou em uma das exigências da categoria, prorrogando até 31 de dezembro a vigência do atual Acordo Coletivo. Diante disso, a greve foi suspensa.

Para garantir que a categoria decida sobre a adesão à greve nacional convocada pelas centrais, o Sindipetro Litoral Paulista realiza nesta quinta-feira (30) Assembleia Geral em sua sede, em Santos, e subsede, em São Sebastião, às 18 horas, e para os trabalhadores da UTGCA às 19h30. Petroleiros embarcados em Merluza, Mexilhão e P66 também realizam votação para definir sobre a participação no movimento de terça-feira (5).

“Até ontem, o cenário era de greve iminente na categoria e não havia necessidade de pautar a greve nacional. Nosso próprio movimento exigiria avaliações praticamente diárias, através de assembleias. Com o recuo parcial da empresa, isso mudou. Sabemos que o tempo de convocação é curto, um dia, mas ainda é preciso consultar a categoria sobre este importante dia”, esclarece Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

Para ele, sobram motivos para os petroleiros se somarem à greve nacional. “A luta por nenhum direito a menos em nosso acordo coletivo, assim como a batalha mais geral em defesa da Petrobrás, contra a venda dos seus ativos, é parte da resistência da classe trabalhadora aos ataques de Temer. Pedro Parente é indicado direto do governo golpista. Enfrentar a reforma da previdência é um dever de todos. Os petroleiros não podem ficar de fora”, opina.

Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP, lembra que o debate sobre a reforma da previdência é especialmente relevante para os petroleiros. “O que estamos sofrendo hoje com a Petros é parte desse pacote de maldades do governo Temer. A crise criada pelos grandes empresários está sendo cobrada dos trabalhadores, do povo pobre. É isso o que tentam fazer com os petroleiros, com o nosso fundo de pensão. Por isso, exigimos da Petrobrás que ela pague suas dívidas com a Petros. Essa medida seria fundamental para diminuir o tamanho do déficit”.

Frente Sindical realiza ato em Santos
No dia 5 de dezembro, como parte das atividades da Greve Nacional, os sindicatos da Frente Sindical Classista da Baixada Santista realizam Ato Público na Praça da Independência, às 18 horas, em Santos, como parte dos protestos contra a retirada de direitos e o ataque à aposentadoria. Todos estão convocados!

Após aprovar a reforma trabalhista, que retirou direitos fundamentais dos trabalhadores, Temer tenta aprovar custe o que custar a reforma da previdência. Ao contrário do que diz a milionária propaganda do governo na tevê, ela não corta privilégios como as altas aposentadorias dos parlamentares. Pior, intensifica o ataque sobre os assalariados, que precisarão trabalhar muito mais tempo para receber uma aposentadoria de valor menor.

A alta cúpula do governo e deputados, muitos deles comprados para votar o desmonte do direito à aposentadoria, não praticam o que pregam. Temer, por exemplo, se aposentou aos 55 anos e recebe R$ 45 mil. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, se aposentou aos 57 e recebe R$ 250 mil do Bank Boston. De quebra, parlamentares continuarão se aposentando após apenas oito anos de contribuição. São esses senhores, a serviço do capital financeiro, que exigem de nós novos sacrifícios.

O que está em jogo é o fim do direito à aposentadoria. Porque este é o resultado concreto da reforma ao impor o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição. Ao mesmo tempo em que reduz o valor do benefício para a imensa maioria dos trabalhadores, cria um cenário em que uma parcela significativa não conseguirá se aposentar.

Participe do Ato e das mobilizações! Nenhum direito a menos!