Petroleiros rejeitam a segunda proposta da Petrobrás

Se enrolar, é greve!

Se não houver a prorrogação do ACT vigente ou a recusa em convocar reunião para negociar nova proposta, categoria inicia no dia 29 de novembro greve por tempo indeterminado. Petroleiros reforçam disposição em seguir negociação ao também aprovarem contraproposta elaborada pela FNP.

Por ampla maioria de votos, os petroleiros do Litoral Paulista rejeitaram a segunda proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Petrobrás. A decisão ocorreu na noite desta sexta-feira (17), em assembleia realizada na sede da entidade, em Santos, na sub-sede, em  São Sebastião, e nas plataformas (Merluza, Mexilhão e P66).

Os trabalhadores também aprovaram a contraproposta elaborada pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Reforçando a sua disposição em manter o diálogo, em oferecer alternativas diante do impasse entre direção e trabalhadores, a entidade construiu uma lista de reivindicações que preserva direitos fundamentais da categoria (clique aqui). Direitos que a gestão Pedro Parente, indiferente aos anseios dos trabalhadores, insiste em atacar.

Caso seja aprovada nas assembleias dos sindicatos que compõem a FNP, como indica as votações realizadas até aqui, esta contraproposta será entregue ao RH Corporativo.

Outro indicativo aprovado foi o de greve por tempo indeterminado, a partir do dia 29 de novembro, caso a empresa insista em enrolar a categoria. Se não houver a prorrogação do ACT vigente ou a recusa em convocar reunião para negociar nova proposta, os trabalhadores irão cruzar os braços. Os petroleiros de São José dos Campos, Alagoas /Sergipe, Rio de Janeiro e Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá vêm aprovando em suas assembleias o mesmo indicativo.



Indignação aumenta
O sentimento é de que não houve nenhum avanço em relação à primeira proposta. A indignação não só continua, como é ainda maior. Após semanas de enrolação para desgastar e desmobilizar os trabalhadores, Pedro Parente não se constrange em reiterar como proposta nenhum avanço. A política segue sendo a retirada de direitos, confirmando que a intenção é sacrificar a força de trabalho, e a própria Petrobrás, para beneficiar acionistas e as empresas estrangeiras do setor petrolífero. Enfim, o capital internacional.

A AMS, por exemplo, está longe de ser um assunto restrito aos petroleiros. O setor privado de saúde observa com bastante atenção o desenlace de nossa campanha. Querem abocanhar este imenso e lucrativo segmento do mercado. O mesmo vale para as empresas interessadas na criminosa venda de ativos e na entrega do pré-sal. Exigem da dupla Pedro Parente/Michel Temer a destruição dos direitos conquistados ao longo de anos e lutas pelos trabalhadores. Não custa nada repetir: o golpe orquestrado em 2016 foi contra os trabalhadores e visa impor um patamar ainda mais agressivo de exploração. Tudo em nome do lucro.

A partir do dia 22, Seminário de Greve
Durante a assembleia, diversos trabalhadores se dirigiram até o microfone para opinar sobre os rumos do movimento grevista. Apesar da aprovação da greve por ampla maioria, o que demonstra a disposição de ir à luta, alguns companheiros sinalizaram preocupação sobre a organização da greve. Um sentimento compreensível e correto, pois sinaliza que mais do que lutar, a categoria quer vencer. Está preocupada em preparar, da melhor forma possível, a necessária resistência em defesa dos nossos direitos.

Por isso, não iremos esperar sentados a empresa se manifestar. Sabemos que sua intenção é derrotar a categoria pelo cansaço. Por isso, a partir do dia 22 de novembro iremos organizar, nacionalmente, Seminários de Greve.

Esses espaços serão fundamentais para que os trabalhadores, que estão no dia a dia do trabalho, que conhecem as dificuldades da luta, participem efetivamente da articulação de estratégias para construirmos uma greve forte, nacional e unificada. Uma greve que incomode a direção da empresa, que force Pedro Parente a recuar. E para ter essa força, precisaremos da mais ampla unidade, inclusive com os petroleiros terceirizados e petroleiros de outras subsidiárias, que também estão sob forte ataque, como a BR Distribuidora.

A greve de 2015, cuja luta nos orgulhamos até hoje, é a prova de que só a luta muda a vida. Direitos como hora extra a 100%, AMS, dentre outros benefícios, seguem vigentes em nosso ACT única e exclusivamente por conta da luta que a categoria empreendeu dois anos atrás. Que este passado recente, protagonizado por muitos de nós, nos inspire. Juntos, somos mais fortes! Sim, nós podemos!