Redução de efetivo e sucateamento causa acidente na Replan

Pane elétrica

Uma oscilação no fornecimento de energia da CPFL, a terceira em 30 dias, gerou falta de ar comprimido, o que ocasionou o descontrole na unidade de craqueamento da Refinaria de Paulínia (Replan), e, como consequência, a reversão do fluxo de gás.

A nuvem de fumaça, que é altamente perigosa e tóxica e, se não controlada a tempo, pode causar uma explosão gigantesca.

O alarme demorou mais de 20 minutos para tocar. Após ser acionado, os petroleiros saíram das unidades e seguiram para os pontos de encontro na refinaria, que são os chamados locais de segurança. Os operadores continuam em ação onde tentam controlar a situação de emergência.

A incompetência gerencial e a negligência da gestão da refinaria, que trabalha com o efetivo operacional reduzido, vem aumentado à insegurança e os riscos de acidentes ampliados como este de hoje.  Além disso, sucateamento da unidade tem contribuído também para a ocorrência de acidentes como esse.

Há meses o movimento sindical petroleiro, nacionalmente, vem denunciando que a redução de efetivo operacional das refinarias gera insegurança às instalações, aos trabalhadores e comunidades.

As bases do Litoral Paulista não fogem a essa regra. Na RPBC, por exemplo, ocorreram cinco incidentes entre os meses de julho e agosto. Veja histórico abaixo:

- No dia 5 de julho, desarme do compressor da Unidade de Fracionamento Craqueamento Catalítico (UFCC) provoca abertura da válvula de segurança de pressão, liberando gases de hidrocarbonetos para tocha queimadora. Falha, que resultou na emissão de rolos de fumaça preta para a atmosfera, ainda está sob investigação. Cetesb considerou que houve danos ao meio ambiente.

- No dia 7 de agosto, refinaria e unidade termelétrica Euzébio Rocha sofrem com apagão por mais de meia hora após explosão em subestação de energia da UTE. Cetesb multa a refinaria em mais de R$ 100 mil.

- No dia 18 de agosto, princípio de incêndio no mesmo setor de destilação também em virtude de vazamento.

- No dia 24 de agosto ocorreu o vazamento de butano – produto que compõe o GLP (o conhecido gás de cozinha). O incidente foi rapidamente controlado pelos petroleiros que integram a equipe de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde). Nenhum trabalhador ficou ferido e não houve riscos para a população da cidade e região.

-  No dia 21 de agosto, refinaria registra vazamento de GLP numa válvula localizada no setor de destilação.

Até agora, apesar do aumento no número de acidentes, nada parece convencer o presidente da companhia, Pedro Parente, de que é preciso anular esta política de enxugamento do quadro operacional. É um crime esperar a sorte para que acidentes ampliados não aconteçam.