Seminário reafirma necessidade de construir CIPAS combativas para a defesa de direitos

Cipa em debate

O Sindipetro-LP participou na última sexta-feira, 28, do II Seminário Observatório de CIPA Baixada Santista, no auditório do Sindicato dos Bancários, em Santos. Representando os petroleiros, estiveram presentes os diretores Marcelo Juvenal, Fábio Santos e César Augusto.

A atividade teve como abertura a palestra sobre NR5 do técnico da Fundacentro, Leonidas Ramos Pandaggis, que deu destaque às mudanças que a reforma trabalhista irá impor às condições de trabalho. Uma das implicações da reforma, por exemplo, pode ser a redução das CIPAs nas empresas. Com a terceirização irrestrita, poderá existir um grande número de autônomos, o que impossibilita a criação de comissões dos trabalhadores.

Os representantes de CIPAs e sindicatos tiveram 30 minutos para relatar suas experiências e estratégias, principalmente após a retomada do Observatório de CIPA, em 2015, com a volta da Fundacentro para Santos.

A apresentação sobre as ações das CIPAs no Sistema Petrobrás do Litoral Paulista, feita pelo diretor Juvenal, compartilhou estratégias e números interessantes, que servirão de exemplo para os cipistas de outras empresas da região.

Dentre as informações apresentadas, Juvenal falou da importância que o Sindipetro-LP deu à Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA), como forma de mobilizar a categoria em defesa da Saúde e Segurança do Trabalhador. A utilidade dessa ferramenta é muitas vezes subestimada pelo trabalhador, no entanto, a diretoria do Sindipetro-LP percebeu que a própria Petrobrás passou a disputar e ganhar, indicando gerentes, coordenadores e inspetores, as vagas que deveriam ser ocupadas pelos trabalhadores comprometidos com a categoria.

A estratégia da companhia em tomar a CIPA começou a se efetivar em 2011, na RPBC, em Cubatão, e permaneceu até 2015. Em 2016, também na RPBC, com trabalho de conscientização da base, utilizando os meios de comunicação do sindicato e estimulando os trabalhadores a se mobilizarem por meio da CIPA, os petroleiros retomaram o protagonismo nas comissões e das nove vagas disputadas oito foram ocupadas por trabalhadores apoiados pelo sindicato.

Em 2017 a estratégia foi a mesma e mais uma vez a categoria escolheu como seus representantes da CIPA ativistas da categoria. O resultado das CIPAS tem sido também positivo no Litoral Norte e no Edifício-sede do pré-sal em Santos, no Valongo.

Com os ataques do governo Temer aos direitos dos trabalhadores, por meio das "reformas", espaços como as CIPAs são cada vez mais necessários. Já tramitam no Congresso emendas e propostas de leis que pretendem diminuir a atuação das CIPAs nas empresas. Os trabalhadores precisam fortalecer essa espaço que, ocupado pelos trabalhadores, é uma ferramenta muito importante na organização por local de trabalho.

Temos exemplos positivos acontecendo em nossa categoria. O II Seminário Observatório de CIPA mostrou que outras ações são possíveis e já estão obtendo resultados práticos. O encontro foi muito proveitoso e servirá como base para novas ações do sindicato e dos cipistas presentes.  



 

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