Vazamentos de gás colocam em risco trabalhadores da P-66

Segurança

Dois vazamentos consecutivos, nos dias 19 e 20 de julho, colocaram em risco a segurança dos trabalhadores da P-66, localizada na área de Lula Sul, no pré-sal da Bacia de Santos - base do Sindipetro-LP.

Com a pressão para iniciar a injeção de gás da plataforma, o que possibilitaria a produção em seu segundo poço, a empresa não tomou as devidas precauções para partidas dos compressores de gás, que chegam a uma pressão cinco vezes maior (550bar) do que é o de costume na Bacia de Campos, por exemplo, devido às condições do pré-sal.

Foi justamente a total negligência em tratar corretamente o primeiro acidente, fazendo reparos de maneira improvisada, que resultou no segundo acidente, este ainda mais perigoso porque poderia levado a uma explosão na unidade.

Os problemas começaram, quando ainda no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), o equipamento não foi testado com gás inerte (que inibe uma possível explosão). Esta medida permitiria encontrar vazamentos e resolvê-los, evitando posteriores acidentes.

É isso o que acontece quando se busca o lucro acima das condições de segurança. Felizmente, não houve vítimas ou maiores consequências, mas a ansiedade por pular etapas, junto ao reduzido efetivo nas unidades, vem afetando as condições de segurança operacional. A possibilidade de acidentes de grandes proporções é cada vez maior e não podemos admitir que aos trabalhadores reste torcer para que nada aconteça.

A Plataforma

A P-66 tem a função de separar o óleo do gás e da água durante o processo de produção, armazená-lo nos tanques de carga para, finalmente, transferi-lo para navios petroleiros, que serão os responsáveis pelo seu transporte. A unidade tem a projeção de produção por meio de dez poços produtores e oito poços injetores, com capacidade para processar 150 mil barris de óleo por dia (bpd) e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.