Em decisão histórica, alteração no estatuto garante assembleia na porta da fábrica para petroleiros do turno

Democracia ampliada

As assembleias permanecerão na sede e subsede do Sindicato. No entanto, os trabalhadores de turno que estiverem no local de trabalho no horário da assembleia terão direito a votar na própria unidade para que não sejam excluídos das decisões coletivas da categoria. Além disso, as assembleias também passam a acontecer na base quando estiver em pauta assuntos específicos/locais.

Na última quarta-feira (3), em assembleia de alteração estatutária, os petroleiros e petroleiras do Litoral Paulista tomaram uma decisão histórica: agora, o Sindipetro-LP volta a realizar votações na porta das unidades operacionais. A decisão, é importante esclarecer, não exclui e nem substitui as assembleias na sede (Santos) e subsede (São Sebastião) da entidade.

O objetivo é garantir a participação dos petroleiros de turno que estiverem trabalhando no horário da assembleia. Para isso, será feita a votação na porta da unidade no mesmo dia, mas em horário diferente. Petroleiros do regime administrativo e do regime de turno, que estiverem em folga, seguem tendo como compromisso comparecer às assembleias na sede e subsede. Cabe lembrar que, até hoje, votações fora da sede e subsede eram permitidas apenas aos trabalhadores embarcados das plataformas (Merluza, Mexilhão e P-66).

Outro avanço neste tema está nas assembleias para fins específicos. Outro avanço neste tema está nas assembleias para fins específicos. Antes da alteração no estatuto, por exemplo, os petroleiros da RPBC não poderiam discutir estratégias de mobilização contra a redução no efetivo na porta da refinaria. Agora, passa a ser permitida a realização de assembleia na própria base quando estiver em pauta assuntos determinados e específicos como foi o caso da redução de quadro de turno da RPBC.

Compromisso de gestão
O debate sobre este tema foi um compromisso da atual gestão, quando ainda se apresentava enquanto chapa na última eleição da entidade. A mudança atende a uma reivindicação antiga de parcela importante da categoria. Para o Sindicato, ela vem ao encontro de um objetivo da atual diretoria: ampliar a participação e, com isso, a democracia das decisões tomadas pelos petroleiros do Litoral Paulista. Soma-se a isso, maior agilidade na tomada de decisões quando o que estiver em jogo for demandas/reivindicações de cada local de trabalho.

Demais alterações
Outras nove alterações foram aprovadas na assembleia da última quarta-feira (3). Todas elas já haviam sido discutidas na Convenção realizada no dia 22 de março. Neste espaço, os petroleiros presentes puderam discutir as propostas sugeridas pela direção do Sindicato e também aquelas enviadas por associados previamente. Algumas delas correspondem a adequações jurídicas, outras estão relacionadas a correções de informações e algumas delas tratam de mudanças no regime interno do sindicato. Todas elas estão disponíveis neste documento (clique aqui), onde é possível ler o Estatuto antes e depois das mudanças aprovadas. Os trechos alterados estão devidamente destacados.

“Tivemos uma assembleia com bastante debate, como deve ser, e no final as dez propostas de alteração estatutária encaminhadas pela convenção que realizamos em março foram aprovadas. São mudanças que ajudam o sindicato a se organizar melhor em diversas áreas: nas lutas da categoria, na organização interna, na garantia do bom atendimento ao associado, na lisura do uso dos recursos da categoria. Mas, sem dúvida, a decisão mais importante foi a garantia de que todos os trabalhadores possam participar de nossas decisões”, afirmou Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP.