FNP indica rejeição da 5ª proposta e exige negociação dos dias parados para iniciar assembleias

ACT

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) indica aos petroleiros e petroleiras de todo o Brasil a rejeição da quinta proposta da Petrobrás, que foi apresentada na última quarta-feira (18). A decisão da FNP foi tomada na manhã desta quinta-feira (19), após reunião realizada na sede do Sindipetro-RJ. Os dirigentes da entidade, conforme já anunciaram em mesa e ratificaram através de ofício (leia aqui), só levarão a proposta da companhia às assembleias após a Petrobrás se posicionar sobre os dias parados das greves de 2015 e 2016. 

Mesmo sem nenhum tratamento para esses dias, trabalhadores desligados pelo PDV estão sendo descontados e grevistas de diversas unidades do país vem sofrendo descontos através da aplicação abusiva de códigos internos da companhia. A FNP exigiu em mesa o abono integral desses dias parados, uma vez que foi a empresa a responsável por levar a categoria à greve. Sem a luta dos trabalhadores, sem a mobilização, não haveria nenhum esforço da empresa em se reunir com as entidades sindicais e apresentar novas propostas.

Em alguns aspectos, na opinião dos dirigentes, a quinta proposta da companhia chega a ser pior do que a quarta proposta. Através de uma Comissão Permanente de Regime de Trabalho, a empresa tenta aprovar a todo custo a redução de jornada com redução salarial e a diminuição do valor da hora extra a toque de caixa. Estipulando 31 de março como prazo máximo para a definição das duas pautas, a empresa tenta rapidamente impor mais retirada de direitos. A informação de que precisará haver consenso não nos ilude: os interesses da direção da empresa e dos trabalhadores são opostos. Não haverá consenso. Se não houve sensibilidade de Pedro Parente diante de tanta insatisfação e mobilização, haverá em uma comissão restrita a diretores da empresa e dirigentes sindicais? Sem a categoria mobilizada, qual a força das entidades sindicais para sozinhas impor uma derrota à política privatista de Pedro Parente e Temer para a Petrobrás?
 

Responsáveis por garantir os recordes de produção da empresa em 2016, os trabalhadores são mais uma vez chamados a serem sacrificados por conta de uma crise que não produziram. Novamente, zero de aumento real e uma proposta de reajuste discriminatória que aprofunda o arrocho da categoria. Afinal, o percentual oferecido (8,57%) está abaixo até mesmo do que foi concedido aos petroleiros e petroleiras repactuados pela Petros, prejudicando petroleiros da ativa e aposentados/pensionistas não repactuados. O reajuste para repactuados foi de 8,97%.

Há anos a categoria de conjunto - ativos, aposentados e pensionistas - amargam acordos coletivos sem aumento real no salário base. Como moeda de troca e chantagem para fechar os acordos, a empresa implantou a política de abonos salariais à ativa, somada à PLR. Entretanto, há dois anos até mesmo as remunerações variáveis foram suprimidas.

Neste sentido, a FNP afirmou à empresa que os petroleiros merecem valorização real por sua produtividade e que o problema de hora extra deve ser resolvido com efetivo, novas contratações, e não com a imposição de mais prejuízos aos trabalhadores. Mas a empresa caminha justamente no caminho contrário quando implanta um programa de demissão voluntária que torna ainda mais crítico o quadro reduzido de diversas unidades operacionais e também administrativas.

O novo Plano de Diretriz de SMS demonstra que a categoria terá pela frente muitos enfrentamentos, pois a nova política da empresa formaliza o que antes era feito de maneira extra-oficial por diversos gerentes: a culpabilização dos trabalhadores pelos acidentes e incidentes. Mas ainda pior, com a fabricação de punições para promover mais demissões e esvaziar o já reduzido quadro de empregados. Diante de um quadro enxuto, com manutenção precária e efetivo reduzido, a empresa já se articula para lavar as mãos aos futuros acidentes que certamente irão ocorrer nas unidades operacionais da companhia. Esta é uma das facetas mais perversas da privatização da Petrobrás. 

Nossos empregos e nossas vidas estão em jogo.
Nenhum direito a menos! Defender a Petrobrás é defender o Brasil!