Petroleiros do Litoral Paulista rejeitam 3ª proposta e decidem por atrasos continuados e corte de rendição

ACT

Em uma assembleia marcada pelo repúdio à última oferta da companhia, assim como ao processo de desmonte do patrimônio da Petrobrás, os petroleiros do Litoral Paulista rejeitaram por ampla maioria de votos a terceira proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da direção da empresa. A decisão foi tomada na noite desta terça-feira (22) na sede (Santos) e sub-sede (São Sebastião) do Sindicato, e nas plataformas de Merluza e Mexilhão.

Na maior parte das intervenções dos petroleiros e petroleiras presentes, um apontamento comum foi a necessidade de intensificação das mobilizações. As bases do Litoral Paulista já vêm sendo alvos de atrasos constantes, no entanto o sentimento da categoria é de que o sucesso da campanha reivindicatória depende do endurecimento na luta.

Fruto deste sentimento, foi aprovada por ampla maioria a intensificação dos atrasos, que agora serão realizados com maior frequência. A decisão vai ao encontro da movimentação já realizada em outras bases. Na REVAP, em São José dos Campos (SP), e na REGAP, em Betim (MG), por exemplo, os trabalhadores estão promovendo o corte de rendição nos turnos – numa importante demonstração de disposição de luta.

30 de novembro, Dia Nacional de Luta
Outra ação aprovada, neste caso fruto de um indicativo da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), é a realização em 30 de novembro de um Dia Nacional de Luta. Para garantir que a categoria nacionalmente se mobilize nesta data, foi aprovado o envio de ofício para a FUP convidando os seus sindicatos a participarem da atividade.

No último dia 18, por exemplo, a FNP respondeu positivamente ao convite da FUP e se somou ao ato organizado pela outra federação na porta do Edise, no Rio de Janeiro. Dessa forma, buscamos construir a necessária unidade nacional da categoria.

Categoria não descarta greve em dezembro
Por fim, os petroleiros e petroleiras presentes aprovaram o mesmo dia 30 de novembro como prazo máximo para a empresa apresentar nova proposta ou, como mínimo, agendar reunião com este objetivo específico. Caso contrário, o Sindicato irá chamar assembleia para deliberar sobre a deflagração ou não de greve à luz do cenário nacional.

O Sindicato dos Petroleiros reafirma a orientação à categoria para que, no local de trabalho, multiplique o trabalho de conscientização com aqueles trabalhadores que ainda não se somaram à luta. O que está em jogo não é apenas o nosso acordo coletivo, são nossos empregos e o futuro da nossa empresa.

Homenagem
No início da assembleia, a categoria fez um minuto de silêncio em homenagem Marcelo Duarte Lima, petroleiro que faleceu a bordo da P43, vítima de um infarte. Os petroleiros do Litoral Paulista desejam força à família e amigos.