Em nova proposta, Petrobrás "perfuma" ataque que tenta impor aos petroleiros

ACT

A Petrobrás acaba de enviar a segunda proposta de Acordo Coletivo de Trabalho. Agora, a empresa propõe reajuste no salário básico e na RMNR de 6%. O mesmo percentual é oferecido como reajuste nas tabelas do Grande Risco da AMS, do Benefício Farmácia, Benefícios Educacionais e Programa Jovem Universitário.

No caso do Vale Refeição/Alimentação, a cifra passa R$ 1.003,64 para R$ 1.064,14. No caso do Adicional do Estado Amazonas e da Gratificação de Campo Terrestre de Produção, a companhia propõe a manutenção dos atuais valores.

Proposta na íntegra

Empresa segue propondo perdas e ataques
Diante de uma primeira proposta tão rebaixada, a companhia tenta apresentar sua segunda proposta como um grande avanço. Sobretudo, o reajuste de 6% sobre o salário básico, uma vez que anteriormente oferecia 0% de aumento em nossos salários.

Entretanto, trata-se simplesmente de perfumar o que segue sendo um grande ataque. Além de oferecer um reajuste muito abaixo até mesmo da inflação do período (o acumulado dos últimos 12 meses do INPC aponta 9,15%), a empresa segue insistindo na retirada de direitos. A nova proposta mantém o pagamento de horas extras em 50%, reduzindo pela metade o que hoje é pago, assim como a redução de jornada com redução salarial, diminuindo em 25% a remuneração ao baixar de 8 para 6 horas a jornada diária de trabalho.

A luta será muito dura, porém a exemplo do que fizemos em 2015 podemos e devemos nos mobilizar para derrotar a retirada de direitos que a companhia tenta impor aos trabalhadores. A proposta de ACT de Pedro Parente é mais uma faceta do desmonte organizado contra a Petrobrás. A venda de ativos, o fatiamento da companhia só é possível com uma força de trabalho desvalorizada, com direitos reduzidos. 

O governo ilegítimo de Temer traz para a Petrobrás, através de Pedro Parente, o discurso da austeridade e da necessidade de sacrifício de todos. Seria um momento de aperto de cintos coletivo. Nada mais falso, pois a remuneração da diretoria segue intacta. Que os chefes deem o exemplo! 

O que existe é a tentativa generalizada de fazer os trabalhadores e a população pagar por uma crise que não produziram. Esse é o sentido das reformas da previdência e trabalhista, esse é o sentido da venda do pré-sal, por meio do PL 4567, esse é o significado da sangria dos investimentos em saúde e educação, sobretudo por meio da PEC 241. Curiosamente, nenhuma dessas medidas afetam a elite do país. Na Petrobrás não é diferente.

Devemos seguir o exemplo dos bancários, que fizeram a maior greve da história da categoria. Foram 31 dias de resistência que forçaram os banqueiros a ceder e conceder aumento de 8%, abono de R$ 3.500,00, mais 15% no vale alimentação e 10% no vale refeição. Além disso, os trabalhadores conquistaram PLR.

Ou seja, não há outro caminho para derrotar a empresa: só com luta há conquistas. No período da tarde, às 14 horas, a FNP se reúne com o RH Corporativo para discutir a proposta. Logo em seguida, a federação divulgará uma análise mais completa. De antemão, os dirigentes já comunicaram à empresa que o correto seria a entrega da proposta somente após a negociação com as duas federações. Mais uma vez, a FNP sentará à mesa com a proposta já entregue para a outra federação, um claro desrespeito à representação sindical de cinco importantes bases petroleiras. 

Na assembleia de segunda-feira (24), queremos casa cheia. Será o momento da categoria dar uma resposta contundente a Pedro Parente e Michel Temer.