Ingerência da Petrobrás faz vítima fatal na Fafen-PR

INSEGURANÇA

Na manhã da última segunda-feira (17), um trabalhador terceirizado da empresa MANSERV foi vítima fatal de um acidente na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR). O funcionário sofreu uma queda de uma altura de aproximadamente 9 metros durante a manutenção na unidade.

O Sindiquímica-PR aponta essa tragédia como uma das consequências das práticas adotadas pelas últimas gerências da Fafen-PR, que praticaram assédio moral e pressão sobre os trabalhadores – sujeitos a uma rotina estressante e até a punições, em caso de acidentes.

Em vez de se resolver a raiz dos problemas, investindo no aumento do quadro de trabalhadores, para o fim de terceirizações e políticas de segurança, as ingerências da Petrobrás na unidade perpetuaram e até reforçaram as práticas de assédio, de violências e o risco de acidentes aos trabalhadores. Por mais contraditório que seja, o gerente da Fafen-PR deixou o cargo recentemente para assumir a Política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da Petrobrás.

Na manhã desta terça-feira (18), o Sindiquímica-PR, Sindipetro-PR/SC e o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços realizaram um ato em frente à Fafen-PR, como forma de indignação e revolta com o ocorrido.

INSEGURANÇA EM TODO SISTEMA PETROBRÁS
Infelizmente, o acidente ocorrido na FAFEN-PR não se trata de um caso isolado. Na RPBC, por exemplo, a insegurança é fonte de preocupação da força de trabalho há muito tempo. Com a política de desinvestimentos, o quadro se agravou ainda mais.

Contribui negativamente para este cenário a postura negligente e irresponsável do presidente da Cipa, que em desrespeito à NR 5, e sobretudo à vida, se recusa a implementar as medidas preventivas das Comissões de Análise de Acidentes e Incidentes.

Em uma empresa onde o discurso oficial é de preocupação com a saúde dos trabalhadores, vivemos cotidianamente o boicote patronal à representação dos trabalhadores na CIPA. Na RPBC, não estão sendo convocado todos os cipeiros, uma evidente irregularidade.

Lamentamos profundamente mais uma morte no Sistema Petrobrás e apelamos a todos os cipeiros eleitos para que compareçam às reuniões agendadas de subcomissões e da própria reunião ordinária da CIPA. Mesmo que o presidente da Comissão insista em não realizar as convocações corretamente, mesmo com a omissão e conivência da gerente de RH e do gerente geral, que se preocupam apenas com índices e metas, é importante que – com o apoio do Sindicato – os trabalhadores exerçam o seu direito legítimo de representantes dos trabalhadores na CIPA.

Nós, trabalhadores e trabalhadoras do petróleo, vendemos nossa mão de obra, não nossas vidas. Basta de mortes no Sistema Petrobrás!