Petroleiros apresentam propostas e resoluções no 1° seminário de Greve do LP

ACT 2016

Realizado nesta sexta-feira, 7, Seminário de Greve dos petroleiros do Litoral Paulista contou com participação significativa de trabalhadores de todas as unidades do  Sistema Petrobrás da região. De Cubatão ao Litoral Norte, a categoria contou com representantes de todos os setores da empresa. A proposta da atividade era debater estratégias de luta, conhecer melhor a lei de greve e todas as alternativas para que durante a negociação não haja prejuízo para o trabalhador.

O Advogado do sindicato, José Henrique Coelho falou do direito de greve e das diferentes modalidades de mobilização praticadas durante as negociações salariais. Coelho falou também sobre a questão do interdito proibitório, medida judicial usada pelas empresas para barrar as mobilizações, sobre o dissídio coletivo, entre outros pontos relacionados ao tema. Após expor suas argumentações, o advogado da categoria respondeu as perguntas dos trabalhadores.

Flavio Saraiva, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv), foi outro dos debatedores convidados. Como contribuição aos petroleiros, Flávio apontou alguns desafios e formas de contorna-los, começando por identificar os inimigos dos trabalhadores. Dentre eles o Governo Federal, que por meio de Michel Temer, fantoche das empresas multinacionais, tem como objetivo tirar direitos, cortar gastos com a Saúde e Educação e vender estatais, pelo preço que for. Outra pedra no sapato dos trabalhadores é a grande imprensa, que tem feito campanhas favoráveis às medidas impopulares, como a reforma da previdência, venda de estatais, flexibilização da CLT e tem apresentado para a população a imagem de que os petroleiros são privilegiados, que só sugam os recursos da Petrobrás.

Encaminhamentos
Dentre os encaminhamentos, que serão apresentados à direção da FNP como sugestão para que se apliquem em todas as bases da federação, a categoria indicou mobilizações como a “Greve de Zelo”, que nas bases da FUP ganhou o nome de “Para Pedro” e que consiste no cumprimento rigoroso de todos os itens de segurança operacional.

Outra alternativa seria a Greve Intermitente, em que a cada dia um setor da empresa é paralisado. A criação de um comando de greve local também foi sugerido. O comando contaria com a participação de diretores sindicais e trabalhadores voluntários, que avaliariam a mobilização diariamente, dando os encaminhamentos necessários.

Também preocupa a categoria a falta de alinhamento entre o pessoal da área operacional e do administrativo. Historicamente a participação do pessoal da operação nas greves é maior do que dos que trabalham no regime administrativo, onde há mais gerentes e chefes por trabalhador do que em qualquer outro setor. O assédio velado e constante aumenta a resistência à adesão em caso de greve. Para esses trabalhadores, a sugestão dos petroleiros é que se intensifiquem publicações e informes sobre as negociações e a importância de se juntar às mobilizações para barrar os ataques a direitos e benefícios, proposto pelos gestores da Petrobrás.

Também será encaminhada à FNP sugestão de criação de cartilha de greve, que deverá conter informações sobre os tipos de mobilizações, orientações para realizar operação padrão, exemplos de assédio e ações antissindicais, entre outros.

No Litoral Paulista, a exemplo da greve do ano passado, em que a diretoria demonstrou capacidade e força para conduzir as mobilizações, os trabalhadores têm demonstrado disposição para o que vier caso a empresa não queira negociar. Mais cientes de seus direitos, os presentes apresentaram sugestões de abordagem aos trabalhadores que não costumam aderir às mobilizações organizadas pelo sindicato e como conduzir a campanha, caso tenhamos greve.

A atividade foi um importante passo para fortalecer os trabalhadores e tranquiliza-los, pois o embate de greve só se dará se todas as tentativas de negociação não derem resultado.

A luta está só começo! Juntos somos mais fortes!

Atualizado às 16h20 - 10/10/2016