Petroleiros respondem ao editorial "O Fim da farra na Petrobrás", publicado pelo Estadão

Trabalhadores rebatem ataques aos petroleiros

Na obra de Dante Alighieri, Divina Comédia, os invejosos aparecem no purgatório com os olhos costurados com arame. Trata-se de uma simbologia para mostrar que aqueles que não conseguem, durante a vida, enxergar no outro belezas e qualidades, desprovido de maus sentimentos, depois da morte não conseguirão enxergar nada.

O editorial do Estadão que profere ataques carregados de adjetivos para desqualificar os empregados da maior empresa brasileira foi escrito por gente parecida com aqueles personagens de Alighieri. Ou, se não, a alternativa é ainda pior, como veremos.

A PETROBRAS (ver nota no fim do texto), empresa motivo de cobiça internacional e pioneira na exploração do pré-sal, é a força motriz do país. Com presença massiva no PIB brasileiro, tem capacidade de ditar os rumos da indústria, sendo um dos componentes fundamentais do equilíbrio macroeconômico. Por conta de sua importância estratégica, desde sempre, a empresa sofre ataques de quem defende sua privatização. Mas sem coragem de assumir abertamente tal posição, os agressores partem para a calúnia e o discurso pseudomoralista de combate a privilégios.

Nós, trabalhadores da PETROBRAS, estamos sempre dispostos a defendê-la porque conhecemos muito bem a indústria do petróleo e sabemos da importância que a empresa tem para a soberania nacional. Uma empresa cuja história confunde-se com a história recente do próprio país. 

O Estadão parece ter percebido que para ter êxito em sua nova tentativa de manchar a imagem da empresa não bastava somente expor os escândalos de corrupção envolvendo os mais diversos partidos e construtoras. Era preciso ir mais fundo. 

Para conseguir destruir a empresa, colocando em prática um desastroso plano de privatização, é preciso primeiro destruir a imagem daqueles que fazem a PETROBRAS ser reconhecida internacionalmente por sua capacidade de inovação frente aos desafios do setor de óleo e gás. Sem falsa modéstia, é importante dizer que os profissionais têm grande prestígio no mercado internacional, onde os salários são superiores aos oferecidos pela companhia, fato que demonstra a capacidade de inovar e produzir de toda uma categoria.

O Estadão, com posição ideológica alinhada ao restante do oligopólio midiático brasileiro, tem todo o direito de tecer críticas à maneira pela qual a empresa é conduzida. Mas uma imprensa ética não deveria de forma alguma incitar o preconceito e jogar a opinião pública contra os empregados da PETROBRAS.

Por fim, ressaltando mais uma vez a ética, pensamos que toda acusação deve vir registrada com nome e sobrenome. À pessoa que fez esse editorial, ou a quem a mandou fazê-lo, faltou essa coragem. Coragem essa que não falta àqueles que construíram uma das histórias mais bonitas que o país conheceu. A história da construção da nossa independência energética. A história da PETROBRAS. 

Nota: Para aqueles que insistem em escrever sobre a PETROBRAS, uma dica: PETROBRAS não leva acento. PETROBRAS é um nome. Não obedece regras gramaticais e nem de siglas. O nome dela está descrito no estatuto social da empresa. Portanto, sem acento.

Assinam: Amanda Ferrari, engenheira de processamento, e José Clauver de Aguiar Jr, geofísico.