Usiminas anuncia demissão de até 500 trabalhadores

Quem paga a conta da crise?

A Usiminas iniciou, nesta quarta-feira (15), um novo processo de demissões na siderúrgica de Cubatão. Segundo a empresa, devem ser desligados nesta etapa entre 400 e 500 trabalhadores, entre metalúrgicos e engenheiros, de diferentes setores da companhia. Os desligamentos ocorrem com o objetivo de continuar reduzindo as despesas da siderúrgica, que também mantém operações em Ipatinga (MG). 

Na terça-feira (14), representantes da siderúrgica e dos sindicatos dos Metalúrgicos e Engenheiros estiveram reunidos em Cubatão para discutir as novas demissões. No encontro, a empresa reiterou a necessidade de ajustar o quadro de pessoal da usina à realidade do mercado de aço, que está em retração devido à baixa demanda.

Para minimizar o impacto social da medida, que afetará centenas de trabalhadores, garantiu que irá disponibilizar aos empregados desligados um conjunto de benefícios extras, como mantimento de planos de saúde, odontológicos, auxílio-alimentação e seguro de vida pelos próximos meses. 

Nos próximos dias, os sindicatos que representam a categoria deverão organizar uma mobilização para tentar reverter a decisão da empresa. 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Florêncio Resende de Sá, o Sassá, os novos desligamentos devem atingir cerca de 30% do atual efetivo da companhia. 

Inconformado com a notícia, ele afirma que irá traçar estratégias para evitar estes cortes e levará o fato ao Ministério Público Federal (MPF), uma vez que, em reuniões anteriores, havia sido feita a garantia que novas demissões não seriam realizadas até o final do ano. 

Mais de 2 mil desligados 

Desde quando a empresa suspendeu parte das atividades, em janeiro, já foram dispensados mais de 2 mil trabalhadores. O último desligamento ocorreu em março deste ano. Em janeiro, a siderúrgica suspendeu as áreas primárias de produção em Cubatão (coquerias, sintetizadores e aciarias) e desligou mais um dos seus altos-fornos.

O anúncio da suspensão das atividades no Município e de cortes foi feito pela siderúrgica em outubro do ano passado. Na ocasião, o grupo informou que as medidas tinham de ser feitas para que a empresa pudesse “se readequar à realidade do mercado”. 

Em Cubatão, há pelo menos três anos, a Usiminas vem reduzido suas atividades e demitindo funcionários. Os desligamentos estariam relacionados à crise no setor siderúrgico, que passa por um ciclo de baixa, como reflexo da superoferta global e baixa demanda da China, maior consumidora de commodities. No Brasil, a situação se agravou ainda mais com a crise econômica. 

Em nota, a siderúrgica informou que está empenhando todos os esforços para potencializar as linhas de laminação da Usina de Cubatão, viabilizar a competitividade das operações e a manutenção dos empregos, dentro das possibilidades que o mercado pode oferecer. 

Fonte: A Tribuna