Ato contra ‘cultura do estupro’ pauta debate sobre machismo e violência contra mulher

Em Santos

O mês de junho começou em todo o país com atos de mulheres contra a cultura do estupro. As principais cidades do país foram palco de importantes protestos, sob o lema "Por todas elas", que foram organizados espontaneamente em repúdio ao estupro coletivo cometido por 33 homens contra uma garota menor de idade no Rio de Janeiro. Em Santos, na noite de ontem (1), uma manifestação com início na Praça da Independência, no Gonzaga, levou à população santista o debate sobre o machismo e a violência contra as mulheres no país.

Com o apoio do Sindipetro-LP, mulheres de todas as idades e profissões ocuparam uma das vias da Avenida Ana Costa e caminharam até a Delegacia da Mulher, na Rua Dr. Assis Corrêa. Lá, diversas intervenções foram feitas criticando posturas naturalizadas que apenas reforçam a manutenção de uma sociedade extremamente machista. "A gente sobre uma opressão milenar. Então, vamos tomar consciência. Os homens também têm que tomar consciência", lembrou uma das manifestantes.

O governo Temer, que enfrenta duras críticas desde que tomou posse da presidência interinamente, não foi poupado. Para as mulheres, a política de Estado de combate ao machismo no novo governo não terá nenhuma melhoria. "Dilma aplicou exatos 0,26 centavos por mulher nos últimos anos em política para mulheres. É um absurdo. Com Temer, não podemos esperar outra coisa senão o aprofundamento de medidas formais e retrocessos. Precisamos apostar na luta, não nos governos, para avançar em nossas pautas e reivindicações", afirmou Maria Carolina Victorio Castelar, do Movimento Mulheres em Luta.

Diretoras do Departamento de Mulheres do Sindipetro-LP e petroleiras de base também estiveram presentes. Além de levar caixa de som e cartazes, elas aproveitaram o ato para distribuir as cartilhas do Sindipetro-LP sobre assédio sexual.