Plenária com mais de 30 entidades sindicais da região indica mobilização no dia 28

em defesa do emprego

Que a crise econômica e social do país afeta principalmente os trabalhadores, com destaque para os ataques do governo Dilma através do ajuste fiscal, que inclui privatizações e retirada de direitos históricos, todos nós sabemos e sentimos na pele. Soma-se a isso um Congresso Nacional cada vez mais reacionário, também alinhado à política de austeridade sobre os trabalhadores, e uma ofensiva dos patrões na forma de demissões, calotes e acordos coletivos de trabalho rebaixados, que tentam flexibilizar ainda mais a já precária vida do trabalhador.

Diante desta análise, cada vez mais evidente, o desafio que se apresenta aos trabalhadores e, sobretudo, aos que dirigem importantes batalhões da classe operária – sindicatos e centrais – é saber apontar qual a saída para este momento.

Foi consciente desta tarefa que foi realizada na manhã desta quarta-feira (2), na sede do Sindipetro-LP, em Santos, a 1ª Plenária do Conselho Sindical Regional. E como principal encaminhamento uma medida concreta: a realização de uma mobilização regional no próximo dia 28 que envolva as diversas categorias de trabalhadores da Baixada Santista. Na próxima quarta-feira, às 10 horas, um novo encontro irá organizar os detalhes dessa iniciativa que tem como objetivo paralisar a região e chamar a atenção da população para os impactos da crise do país na Baixada Santista.

Embora modesto para o tamanho dos desafios que se apresentam, um primeiro objetivo já foi conquistado: garantir na plenária uma ampla representatividade. No total, participaram desta primeira reunião mais de 50 dirigentes sindicais de aproximadamente 30 entidades, entre sindicatos, centrais sindicais e órgãos estaduais ligados às questões do trabalho como a Fundacentro.

As mais diversas categorias estiveram representadas através de suas entidades, como os petroleiros, professores, profissionais da saúde e do ramo hoteleiro, portuários, rodoviários, operários da construção civil, químicos, vigilantes, autônomos, trabalhadores em telecomunicações, da BR Distribuidora, da limpeza e do setor de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços.

Sob o risco de cometer injustiças com sindicatos que estiveram presentes e não tiveram suas categorias aqui citadas, o mais importante é o fato de que a participação das mais variadas entidades reflete uma necessidade: se os ataques atingem todos os trabalhadores, se os governos se unificam em despejar a conta da crise em nossas costas, cabe aos trabalhadores e suas organizações reagirem na mesma moeda: se unir em torno de uma pauta comum para lutar coletivamente contra todos esses ataques.

Neste sentido, mesmo diante de todas as divergências programáticas que possam existir e que existem dentro do movimento sindical, é preciso buscar um denominador comum que supere as ações isoladas que têm marcado até aqui a resposta dos trabalhadores para os ataques.

Parte importante do debate foi a autocrítica dos dirigentes. Em diversas intervenções, foi citado o momento que vive hoje o movimento sindical de conjunto. Em muitos casos, afastamento da base, desgaste com a população de modo geral, dificuldade de sensibilizar as categorias e a sociedade sobre os temas que tocam diretamente em nossas vidas como a privatização do pré-sal e da Petrobrás e as demissões em massa na Usiminas.

“Qualquer iniciativa pensada aqui, elaborada pelos sindicatos, deve se preocupar com os trabalhadores. Como está nosso exército? Temos condições de mobilizar nossas bases? Com a nossa greve na Petrobrás, aprendemos uma importante lição: ações isoladas, sem a participação da categoria, não eleva a consciência dos trabalhadores e não sensibiliza a sociedade. Precisamos pensar iniciativas que se preocupem com isso”, afirmou Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

Embora tenha sido representativa, a plenária desta quarta-feira (2) pode – e deve – ser ainda maior. Por isso, uma das iniciativas dos sindicatos e centrais que estiveram nesse encontro é reforçar e ampliar ainda mais o chamado para que as demais organizações que não puderam estar presentes compareçam na próxima reunião, quarta-feira (9), às 10 horas, novamente na sede do Sindipetro-LP, em Santos.