Sem avanços, Petrobrás e FNP discutem PLR, Beneficio Farmácia e dias parados

Negociação

Com PLR em risco e Benefício Farmácia sem operação, FNP avisa que mobilizações voltarão caso a empresa insista em não contemplar reivindicações da categoria

Os dirigentes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniram na tarde desta segunda-feira (25) com o RH da Petrobrás na sede da companhia no Centro do Rio para ouvir respostas sobre as reivindicações da categoria. Os principais pontos foram os dias parados na greve do ano passado, o adiantamento da PLR, a regularização do Benefício Farmácia e a venda de ativos da companhia.

A Petrobrás quer que os petroleiros paguem por todos os dias parados, sendo 50% com desconto em duas parcelas e 50% com compensação ou desconto. Os dirigentes da FNP voltaram a avisar que a categoria não aceita nenhum tipo de desconto ou punição em virtude da greve de 2015, já que os responsáveis pelo movimento foram a direção da empresa e o governo federal, que tentaram rebaixar o ACT e limitar a negociação coletiva com a intenção de tornar atrativa a venda de ativos, recuando após a categoria realizar a maior greve das últimas duas décadas. Conforme deliberação das assembleias que suspenderam o movimento grevista, a categoria petroleira encontra-se em “estado de greve” e pode retomar as mobilizações caso haja algum tipo de punição ou venda de ativos.

O RH da Petrobrás encaminhará para a reunião da diretoria da companhia nesta terça-feira (26) a reivindicação da FNP de não haver nenhum desconto por conta da greve e tão longo haja uma definição a FNP será convocada para uma nova reunião. A FNP está orientando seus sindicatos a realizarem reuniões setoriais nas bases nos próximos dias para manter a categoria informada sobre as negociações com a empresa e posteriormente submeter a proposta formal que a Petrobrás encaminhará aos sindicatos para avaliação da categoria em assembleias.

PLR em risco e Benefício Farmácia sem previsão
Outra notícia bastante negativa foi em relação à PLR, com o agravante de já ser posição definitiva da Petrobrás. O RH informou que assim como no ano passado não haverá adiantamento de PLR com a justificativa de que devido ao lucro baixo e à regulamentação não foi possível fazer os cálculos que refletissem a realidade. O recado ficou bem claro: a PLR nunca esteve tanto em risco quanto agora.

O Benefício Farmácia continua sem operação plena e a empresa segue orientando a categoria a guardar suas notas fiscais de medicamentos para um futuro reembolso. Só o serviço de delivery para medicamento acima de R$ 300 e de grande risco está funcionando. A informação é de que a empresa escolhida para substituir a Global Saúde na licitação de emergência exigiu um pagamento adiantado. A Petrobrás novamente rescindiu o contrato, antes mesmo do início da operação, e já está negociando com a segunda colocada, mas sem previsão de regularização do benefício.

Transpetro na mira da privatização
O RH da Transpetro declarou que estão sendo feitas análises de possíveis desinvestimentos na subsidiária, mas que qualquer decisão precisa ser aprovada pela diretoria pelo Conselho de Administração da Petrobrás, o que ainda não ocorreu. A empresa sugeriu marcar uma reunião com a equipe de estratégia e desempenho da Petrobrás para esclarecimentos sobre investimentos e desinvestimentos previstos. A FNP não se nega a participar de qualquer reunião sobre o assunto, mas entende que deve tratar diretamente com a diretoria da Petrobrás e o governo federal, que é o acionista majoritário e controlador da empresa. Como enfatizamos durante toda a campanha reivindicatória, a FNP é contra o plano de desinvestimentos de Dilma e Bendine já em curso na Petrobrás.

Outras reivindicações
As gerências se comprometeram a apresentar uma proposta de GT sobre jornada de trabalho na primeira reunião de acompanhamento do ACT em fevereiro e a reativar as reuniões da Comissão de Anistia, provavelmente no mesmo período. O adiantamento do 13º salário de 2016 para antes do Carnaval está sendo analisado pela empresa mas ainda não há definição. Sobre compensação de feriados, a empresa informou que está aplicando integralmente a cláusula 106 do ACT, que trata do assunto. E quanto a possíveis demissões de petroleiros próprios, a informação é de que a companhia não diminuirá seu quadro de pessoal, até porque muitas funções que eram exercidas por terceirizados estão sendo transferidas para trabalhadores próprios.

Além dos assuntos acima, as gerências da Petrobrás se comprometeram a analisar denúncias e reivindicações sobre não liberação de dirigente sindical, demissões de terceirizados, impedimento de acesso de dirigente sindical às áreas, pagamento de níveis, desconto de salário de petroleiro em tratamento de câncer e substituição de técnicos por engenheiros na função de coordenador de turno (Cotur) no Tebar, no Litoral Paulista.