Litoral Paulista suspende greve. Categoria sai fortalecida para as próximas lutas!

ACT

Em assembleia nesta sexta-feira (20), os petroleiros do Litoral Paulista decidiram suspender a greve realizada há 23 dias nas bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A decisão vai ao encontro do indicativo da FNP, que diante do fim da greve no Norte Fluminense orientou aos seus sindicatos na manhã desta sexta a suspensão do movimento. A assembleia realizada na parte da manhã pelo Sindipetro-SJC também aprovou o fim da greve.

Neste sábado (21), a partir das 7 horas, os trabalhadores de turno retornam ao trabalho e os dirigentes do Sindicato estarão nas unidades para conversar com a categoria e dar as orientações necessárias no retorno ao trabalho. No caso das plataformas, como o Sindicato já enviou comunicado à empresa informando a suspensão da greve, lembramos que cabe à Companhia a comunicação sobre o agendamento de embarque para as unidades. Ressaltamos ainda que, durante o retorno às unidades, os trabalhadores façam a averiguação de todos os equipamentos sob sua responsabilidade e registrem qualquer inconformidade. Afinal, após quase um mês sob as mãos de grupos de contingência incapacitados, não seria nenhuma surpresa encontrar problemas.

Saímos vitoriosos e a luta continua!
Conforme publicou em seu site (leia matéria completa aqui), a FNP entendeu que neste momento “seria um erro sacrificar as bases ainda em luta com o indicativo de continuidade da greve. A intransigência da direção da Petrobrás e do governo Dilma (acionista majoritário da Companhia), por um lado, e a postura equivocada da FUP, por outro, que nos últimos dias atuou deliberadamente para desmontar a greve, impediu que a categoria tivesse novos avanços. Era possível, com a unidade dos 17 sindicatos, impedir o desconto dos dias parados e garantir por escrito a garantia de nenhuma punição.

Entretanto, muito diferente de outras campanhas, o fim da greve no Litoral Paulista não deu espaço para qualquer sentimento de frustração, apatia ou derrota. Com o moral elevado, sentindo-se vitoriosa, a categoria está muito mais preparada para enfrentar as próximas lutas que virão.

Se por um lado é verdade que segue a indignação com a postura da FUP, que indicou o fim da greve num momento em que era possível arrancar mais conquistas, por outro é verdade também que a categoria obteve importantes vitórias: a retirada de diversos ataques no ACT, a luta contra a privatização ampliada à sociedade e movimentos sociais; o resgate da união e solidariedade de uma categoria que há vinte anos não protagonizava uma luta dessa dimensão.

Além disso, em praticamente todas as intervenções na sede (Santos) e sub-sede do Sindicato (São Sebastião), durante a assembleia, o recado é de que a luta não termina. Esta sexta-feira marca o encerramento de uma batalha que terá novos capítulos. Seja porque a luta contra o desinvestimento (privatização) segue na ordem do dia, seja porque em todas as nossas unidades os problemas regionais seguem afetando o dia a dia de todos os trabalhadores. Os boicotes às CIPAS, o assédio moral, as condições inseguras de trabalho, as irregularidades cometidas pelas gerências não desapareceram nesse período de mobilização intensa em defesa da Petrobrás e dos nossos direitos. Elas permanecem e devem ser combatidas sem tréguas.