Proposta da Petrobrás não atende as reivindicações da categoria

A greve continua

FNP defende rejeição da proposta e fortalecimento da greve para barrar o Plano de Desinvestimento com venda de ativos e conquistar avanços no ACT

A campanha reivindicatória da categoria petroleira chegou ao seu momento mais importante nesta quinta-feira (12). Para se ter uma ideia da força deste movimento, desde que os petroleiros de nossas bases iniciaram os atrasos e cortes de rendição, em 24 de setembro, já temos 48 dias de muita mobilização.

A direção da Petrobrás e o Governo Federal mais uma vez tentaram, em reunião que se estendeu das 17h às 21h desta quarta-feira (11), enrolar os mais de 80 mil petroleiros de todo o país com uma proposta incompleta (leia aqui), sem aumento real, sem garantia da retirada das punições e sem respostas sobre o Plano de Desinvestimento, e ainda com cláusulas retrógradas e promessas não oficiais.

Os sindicatos da FNP vão encaminhar a proposta para a categoria nas assembleias após o envio do texto completo pelo RH da Petrobrás e a análise do departamento jurídico da entidade. A direção da FNP voltará a se reunir na tarde desta quinta-feira (12) para avaliar os próximos passos da greve. O movimento grevista já derrotou a tentativa da Petrobrás de impor um novo método de negociação antidemocrático e retrocessos no ACT, como a não reposição da inflação e várias outras cláusulas prejudiciais. Agora é preciso intensificar a luta para conquistarmos a suspensão do Plano de Desinvestimento e a venda de ativos e o tão merecido aumento real, entre outras reivindicações fundamentais definidas pela categoria.

Como resposta a mais este ataque à categoria, os petroleiros e petroleiras de todo o país devem fortalecer e ampliar a greve que já entrou para a história como a maior dos últimos 20 anos. Em todos os fóruns e assembleias realizadas pela FNP e seus sindicatos, a categoria petroleira deixou claro que não aceita fechar acordo sem aumento real, conquistado por 85% das categorias com data-base no 2º semestre de 2015. Mesmo com todos os desvios e má gestão da empresa, praticados por sucessivas direções, a Petrobrás tem batido recordes atrás de recordes e recebendo prêmios internacionais. E os principais responsáveis por isso são os petroleiros e petroleiras.

A FNP defende a construção de um acordo único do Sistema Petrobrás e a incorporação da Transpetro. A categoria também não aceita acordo que não inclua a garantia da retirada de todas as punições aos grevistas, incluindo descontos, advertências e transferências compulsórias e qualquer outro tipo de retaliação. A Petrobrás ainda quer enfiar goela abaixo várias cláusulas que significam retrocesso para a categoria como a permissão para demissão sem justa causa, retrocesso no Benefício Farmácia e interferência na organização sindical, entre outras.

Plano de Desinvestimento
É importante ressaltar que a FNP e seus sindicatos lutam por uma Petrobrás 100% estatal e pública e contra qualquer desinvestimento e venda de ativos permanentemente, não apenas durante a campanha reivindicatória do ACT. Os dirigentes, inclusive, entregaram duas cartilhas produzidas pela FNP com análises e propostas para tirar a Petrobrás da crise e recolocá-la como propulsora do desenvolvimento do Brasil. Além disso, várias cláusulas que constam na Pauta Reivindicatória aprovada pela categoria no 9º Congresso da FNP, em julho, tratam desse tema.

Consideramos um absurdo e uma afronta aos trabalhadores a Petrobrás não responder a estas propostas. Por outro lado, a empresa respondeu para a FUP sobre este assunto junto com a proposta para o ACT, que nunca foi solicitada por aquela entidade. Para completar, a proposta sobre o desinvestimento e a venda de ativos apresentada pela Petrobrás à FUP e que já circula pela internet, apesar de não ter sido divulgada oficialmente pela entidade, não passa de mais uma enrolação pois limita-se a criar um grupo de trabalho sem qualquer poder de de decisão para discutir algumas das questões, omitindo várias outras. Ou seja, a categoria não se contenta com isso e a FNP não aceita a falta de resposta efetiva sobre o desinvestimento e a venda de ativos. A resposta será dada na greve!

Atualizado às 12h45 de quinta-feira (12)