Ato contra demissões na Usiminas e piquete na UTGCA marcam 14º dia de greve

ACT

Há 14 dias em greve, os petroleiros do Litoral Paulista tiveram dois fatos importantes nesta quarta-feira (11). O retorno do piquete na UTGCA, em Caraguatatuba, após vitória na Justiça contra a Petrobrás; e a participação no ato, em Cubatão, contra as demissões na Usiminas.

O dia em Cubatão começou com a concentração de dezenas de petroleiros de base na refinaria, onde a greve segue com adesão de 100% no turno e 90% no ADM, número semelhante na UTE Euzébio Rocha. O tradicional piquete se transformou em concentração para o ato marcado às 11 horas na Prefeitura em defesa do emprego na Usiminas. Parte dos trabalhadores terceirizados da RPBC atrasou o expediente em mais de três horas, ouvindo os informes do Sindicato. Por volta das 9h30, Sindicato e trabalhadores saíram em caminhada rumo ao Paço Municipal, onde se encontraram com cerca de mil pessoas – entre moradores e ativistas de quase 50 entidades sindicais.

Infelizmente, novamente a luta dos trabalhadores foi duramente reprimida pela Polícia Militar, que usou gás de pimenta e muita truculência para forçar a entrada dos trabalhadores da Usiminas na fábrica. Com isso, o ato que era para ser iniciado na empresa foi praticamente desmontado pela repressão desproporcional da corporação. Curiosamente, na noite de ontem o refeitório da Usiminas foi reservado para que os policiais responsáveis pelas agressões de hoje.

Tanto na concentração, em frente à refinaria, quanto no ato em frente à Prefeitura, dirigentes do Sindicato e trabalhadores de base aproveitaram para distribuir cartilhas com a visão dos petroleiros sobre a crise da Petrobrás, apontando uma saída dos trabalhadores. Mais do que levar solidariedade à luta contra as demissões na Usiminas, a participação dos petroleiros neste ato teve como objetivo denunciar quais são os efeitos da privatização para o país. A mensagem de que a Petrobrás de hoje pode ser a Usiminas de manhã, caso não exista uma forte mobilização de toda a sociedade, foi transmitida pela categoria à população presente.

Litoral Norte
Os trabalhadores da UTGCA e dirigentes sindicais comemoram a vitória judicial, expedida na noite de ontem (10), pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), de São Paulo. A decisão, tomada após ação do departamento Jurídico do Sindipetro-LP, derrubou as liminares da Petrobrás que impediam o livre exercício de greve da categoria, incluindo o piquete na frente da unidade e o trabalho de convencimento junto aos motoristas de caminhão que vinham garantindo a interrupção do carregamento de GLP e C5+ na unidade.

O entendimento do juiz foi que a ação deve ser julgada na esfera trabalhista e não civil. Vale lembrar que o piquete feito pelo Sindipetro-LP está respaldado juridicamente, conforme liminar expedida no dia 31 de outubro. A greve na unidade segue forte. A adesão é de 100% da operação, 100% dos técnicos de manutenção sobreaviso e 70% no ADM (manutenção e SMS). Os trabalhadores em greve continuam se revezando para manter a escala (12 horas) que fariam se estivessem trabalhando mesmo com o clima de tensão imposto pela empresa.

No Terminal Marítimo Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, os grevistas também seguem de prontidão em todos os portões da unidade. Por lá, a maior preocupação é com a segurança da operação, já que as atividades técnicas estão sendo realizadas por uma equipe de contingência trazida de fora pela Petrobrás. A equipe que está lá dentro não possui o treinamento específico para uma operação baseada em alto risco de explosão e incêndio. A greve continua forte no terminal com 100% de adesão dos trabalhadores do turno e supervisão de turno e 90% Manutenção e ADM.

Terminais Alemoa e Pilões
No Terminal da Alemoa, em Santos, a unidade continua nas mãos do grupo de contingência e com total adesão do Turno e ADM. As plataformas de Mexilhão e Merluza continuam sendo operadas pelo grupo de contingência, com os trabalhadores em terra realizando novamente ato no Aeroporto de Itanhaém. No Terminal de Pilões, em Cubatão, o ADM segue com 90% de adesão e o grupo de turno com 80%.