No 13° dia de greve, LP responde à enrolação da Petrobrás com mobilização

ACT

A resposta da categoria à enrolação da companhia, que não apresentou nada de concreto na negociação de ontem (9) com a FNP e cancelou a agendada para esta terça (10), segue sendo a mobilização. Já são treze dias de greve nas bases da FNP e nesta terça-feira (10) os petroleiros do Litoral paulista seguem de braços cruzados, com a participação da categoria nos piquetes organizados pela direção do Sindicato.

No Terminal da Alemoa, em Santos, a unidade continua nas mãos do grupo de contingência e com total adesão do Turno e ADM. As plataformas de Mexilhão e Merluza continuam sendo operadas pelo grupo de contingência e como hoje era dia de embarque, os trabalhadores que não embarcaram na semana passada foram até o Aeroporto de Itanhaém para conversar com os petroleiros que integram a contingência e com petroleiros terceirizados.

Os diretores deixaram clara a situação de insegurança dessas duas unidades, que vêm sendo operadas sem o efetivo necessário para suprir qualquer acidente. Além disso, foi falado também sobre o assédio moral por parte das gerências que vem colocando o nome de grevistas na lista de embarque. Isso sem falar nos sucessivos telefonemas para a casa dos grevistas.

A Refinaria de Cubatão (RPBC) segue com carga reduzida, operando somente com a unidade C (unidade de processamento de petróleo). A capacidade de processamento de petróleo da RPBC foi afetada em mais de 50%. Para se ter uma ideia, hoje a unidade está processando 12 mil metros cúbicos de petróleo por dia. Geralmente, o patamar é de 27 mil metros cúbicos por dia. As unidades URA, URC, Unidade V, Unidade N, UVC foram paradas diretamente por conta da greve deflagrada pela categoria há 13 dias. Ressaltamos à população que a greve da categoria não coloca em risco o abastecimento de combustível. Qualquer informação que insinue isso deve ser descartada, tratando-se apenas de boato. A adesão à greve é de 100% no turno e 90% no ADM da RPBC e da UTE Euzébio Rocha. No Terminal de Pilões, em Cubatão, o ADM segue com 90% de adesão e o grupo de turno com 80%.

No Tebar, em São Sebastião, os trabalhadores do turno e supervisão de turno continuam de braços cruzados e a adesão do ADM e manutenção é de 90% do efetivo. Os gerentes e diretores, que vieram de outras unidades para trabalhar na planta, estão tendo dificuldades e operando sem segurança. O terminal continua funcionando com apenas 20% da capacidade.

Na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, a adesão é de 100% da operação, 100% dos técnicos de manutenção sobreaviso e 70% adm (manutenção e SMS). Os trabalhadores em greve continuam se revezando para manter a escala (12 horas) que fariam se estivessem trabalhando mesmo com o clima de tensão imposto pela empresa. A unidade está entregue ao grupo de contingência e já apresenta sinais de insegurança. Na semana passada noticiamos um vazamento de LGN no vaso permutador da UAPO-3 (leia a matéria) e hoje chegou ao Sindicato a CAT de um terceirizado. O trabalhador teve uma fratura no polegar, mas não foi afastado de suas funções. Isso é fruto da irresponsabilidade da gerência, que não aceita negociar o efetivo mínimo com o Sindicato.