Petroleiros do Litoral Paulista intensificam piquetes no 12º dia de greve

ACT

A categoria abraçou a decisão da assembleia de sexta-feira (6) e madrugou nesta segunda-feira (9) para garantir que a negociação entre Petrobrás e FNP, às 16 horas, tenha como pano de fundo uma forte mobilização nas unidades da empresa. É o 12º dia de greve nas bases da FNP.

Dirigentes e petroleiros de base estiveram em todas as unidades da companhia no Litoral Paulista realizando piquetes nas portarias para mostrar o seu repúdio à venda de ativos e à tentativa de retirada de direitos.

Certamente, a empresa senta à mesa de negociação muito consciente do grau de organização e mobilização da categoria. Na RPBC, em Cubatão, mais de 30 petroleiros de base compareceram à refinaria e ajudaram o Sindicato a organizar durante a manhã um forte operativo nas portarias da unidade, fechando inclusive a entrada do CEAD e do SMS. Também houve presença do sindicato no portão 1. A categoria deu trabalho para aquela minoria em que insiste em furar o movimento. Muitos deles ainda seguem na refinaria, com direito a quentinha na hora do almoço.

Na Alemoa, em Santos, trabalhadores e diretores do Sindicato fecharam as principais entradas para o terminal. Com a denúncia de que o grupo de contingência estaria entrando na unidade utilizando uma passagem não autorizada na Codesp, parte dos manifestantes se dirigiram ao local, por onde ninguém passou. Os pelegos têm usado barcos para entrar na unidade. A manifestação na Alemoa contou com a solidariedade dos químicos de Osasco e da CSP-Conlutas. A greve no terminal tem adesão de 100% do turno e administrativo. Houve atraso de uma hora na entrada dos terceirizados.

No Litoral Norte, com 100% de adesão operação e de supervisão, 90% da manutenção e 80% do ADM, a greve dos petroleiros segue no Tebar. A produção da unidade já despencou em 40%. Mais de 40 trabalhadores madrugaram na entrada principal do terminal. Outros grupos, com cerca de 10 petroleiros, também ficaram nas outras três portarias da companhia com faixas de protesto, desde às 4h30 da manhã. A ideia é conscientizar os petroleiros sobre a importância do movimento e da adesão à greve.

A companhia tem trazido petroleiros de outras bases para tentar suprir a demanda de produção e formar o grupo de contingência. Porém, isso traz um alto risco de acidentes, já que os profissionais de fora não são treinados. Preocupado com a segurança na unidade, o Sindipetro-LP tentou diversas vezes negociar um plano de contingência para coordenar as equipes que iriam operar as unidades durante a greve, porém não houve interesse por parte da companhia. Trabalhadores e diretoria do Sindipetro-LP permanecerão mobilizados o dia todo na porta do terminal.

Na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, mesmo após o ato de repressão orquestrado pela gerência da UTGCA, que acionou a justiça para acabar com o piquete na frente da unidade, o movimento segue forte. A adesão é de 100% da operação, 100% dos técnicos de manutenção sobreaviso e 70% adm (manutenção e SMS). Os trabalhadores em greve continuam se revezando para manter a escala (12 horas) que fariam se estivessem trabalhando mesmo com o clima de tensão imposto pela empresa.

No Terminal de Pilões, em Cubatão, o movimento cresce a cada dia graças ao trabalho de conscientização feito ao longo da greve. O turno aderiu em 80% e o ADM em 90%. As plataformas de Mexilhão e Merluza continuam sendo operadas pelos grupos de contingência, com os grevistas em terra se incorporando em todas as atividades do Sindicato.

No Edifício Valongo, em Santos os trabalhadores em greve que resistem na entrada do prédio, base do pré-sal, recebem a força de petroleiros das plataformas de Merluza e Mexilhão, aposentados e de químicos de Osasco, que participaram de ato na manhã desta segunda-feira (9).