Litoral Paulista rejeita proposta da Petrobrás e aprova continuidade da greve

A luta por uma proposta digna de Acordo Coletivo e por uma Petrobrás a serviço do país, livre da venda de ativos e da privatização, continua! Este foi o recado dado pelos petroleiros do Litoral Paulista na noite desta sexta-feira (30) ao aprovarem a continuidade da greve e a rejeição da última proposta da empresa em assembleia que encheu a sede (Santos) e sub-sede (São Sebastião) do Sindipetro-LP. Os petroleiros embarcados nas plataformas de Merluza e Mexilhão também realizaram assembleia, aprovando por ampla maioria os indicativos da FNP.

Num clima de muita confiança e disposição de luta, a categoria fez um balanço extremamente positivo da greve realizada nos últimos dois dias. A consciência de que a mobilização nas bases da FNP foi decisiva para a mudança de postura da companhia e para o anúncio de greve nas bases da FUP, a partir de domingo, é muito grande. Se na última assembleia o sentimento era de incerteza e dúvida, apesar da aprovação da greve a partir das bases da FNP, na noite desta sexta-feira a sensação era de satisfação por ter decidido transformar as mobilizações, realizadas desde 24 de setembro, em uma bonita greve.

Neste caso, impossível não reivindicar o protagonismo de nossa base para esse resultado. Além de atingir todas as unidades de nossa região, a greve realizada pelos petroleiros do Litoral Paulista vem gerando transtornos às gerências, botando pressão nas chefias e impactando não apenas a rotina das unidades, mas a própria produção. No terminal Alemoa, o carregamento de navios está sendo afetado; no Tebar, em São Sebastião, a unidade opera com a carga reduzida e os quatro píeres encontram-se parados; e na UTGCA, em Caraguatatuba, responsável por receber o gás produzido no pré-sal, não está sendo feito o escoamento de dois produtos derivados (C5+ e GLP) do gás processado na unidade.

Como ponto em comum, em todas essas unidades a operação foi entregue para os grupos de contingência. Outra semelhança, infelizmente, é a incapacidade desses grupos operarem as plantas com segurança. Na RPBC, onde a greve também já tem afetado a unidade, a companhia impôs um confinamento de mais de 48 horas aos petroleiros que não foram rendidos desde a deflagração da greve. Na dúvida entre preservar a saúde e vida dos trabalhadores ou garantir a produção a qualquer custo, inclusive com multa de R$ 15 mil reais por hora e trabalhador não liberado, a companhia escolheu a segunda opção. Nós sabemos quais são suas prioridades, o lucro!

Diante de tantos ataques, truculência, arbitrariedades e irregularidades cometidas pela empresa para desmontar a greve, a categoria dá uma lição de solidariedade e união ao aprovar de maneira entusiasmada a continuidade da greve. O sentimento de orgulho é enorme!

Na próxima terça-feira, dia 3, a categoria realiza nova assembleia para avaliar o cenário nacional de mobilizações. Às demais bases da FNP e da FUP, os petroleiros do Litoral Paulista reafirmam uma palavra de ordem que expressa o sentimento desta assembleia: juntos, somos mais fortes![gallery link="file" order="DESC" orderby="ID"]