Petrobrás suspende negociação com FNP. Fortalecer ainda mais a greve!

No final da manhã desta sexta (30), a Petrobrás suspendeu a mesa de negociação com a Federação Nacional dos Petroleiros. A empresa condiciona o retorno das negociações à desmobilização da categoria. A direção da FNP estará reunida a partir das 14h, na sede do Sindipetro-RJ, para avaliar a postura arbitrária da companhia e debater os próximos passos.

“Se a empresa acha que com essa postura intransigente irá recuar a mobilização da categoria, está muito enganada. A FNP e seus sindicatos estavam aqui para negociar e ela suspendeu de forma unilateral o processo de diálogo. Mas a direção da Petrobrás precisa entender que para toda ação, tem uma reação. Iremos avançar com nosso movimento. Os trabalhadores das áreas operacionais já estão debatendo a parada de produção” – explica Agnelson Camilo, diretor da FNP e presidente do Sindipetro PA/AM/MA/AP.

A reunião de negociação desta sexta tinha na pauta os capítulos 1, 2 e 6 do ACT, que tratam respectivamente dos Salários, das Vantagens (que abarca PLR, gratificações, periculosidade, entre outros pontos) e das Condições de Trabalho (que inclui jornada, regime de trabalho, horário flexível etc). Mas a Petrobrás já abriu os trabalhos colocando condicionantes de desmobilização da greve e pediu um recesso de 10 minutos, que na prática durou quase 30. Na volta, a direção da FNP fez questão de deixar claro que o ponto de partida da negociação teria que ser o ACT vigente e não a proposta rebaixada da Petrobrás. “Temos uma pauta histórica para exigir, mas deixamos claro que o batente mínimo é o atual ACT. A categoria não aceitará perda de direitos” – destaca José Ademir da Silva, coordenador da FNP e presidente do Sindipetro-SJC.

Petrobrás se retira da mesa de negociação A Petrobrás não deu nenhum retorno de avanço em relação às cláusulas sociais e reafirmou que não há alteração do Plano de Desinvestimento, mantendo assim o processo de privatização da companhia. Por volta de meio dia, a gerência da Petrobrás trouxe novamente para a mesa a colocação de condicionantes de desmobilização da categoria para que a negociação continuasse. A direção da FNP foi taxativa e disse que a posição da categoria aprovada nas assembleias de base é construção de uma greve forte. De forma unilateral, os representantes da empresa se levantaram e disseram que a negociação está suspensa. “A FNP e seus sindicatos estavam sentados lá para negociar, a Petrobrás que cortou o diálogo de forma autoritária. Nós aceitamos muitos posturas equivocadas e atropelos da empresa num esforço de negociação, mas a Petrobrás parece que não quer debater com os trabalhadores”, destaca Clarkson Nascimento, coordenador da FNP e do Sindipetro AL/SE.

A direção da FNP terá uma reunião no início da tarde, a partir das 14h, para debater a continuidade da mobilização da categoria.

“A gerência não respondeu nossos questionamentos de unidades da Petrobrás no Litoral Paulista em que trabalhadores estão sendo obrigados pela direção da companhia a permanecer em seus postos. Tem trabalhador preso por mais de 30 horas” – questionou Adaedson Bezerra, secretário geral da FNP e coordenador geral do Sindipetro-LP. O Litoral Paulista é uma das bases mais estratégicas da Petrobrás, com alta relevância para exploração do pré-sal e que alcançou adesão elevada a greve em todas as unidades petroleiras da região.

“O nosso movimento é pacífico. Não aceitamos qualquer dano à empresa, muito pelo contrário, o nosso movimento é em defesa da Petrobrás 100% estatal. Essa postura da gerência é vergonhosa. A mobilização irá crescer! A mobilização da categoria está crescendo e daremos uma resposta a altura” – conclama Emanuel Cancella, secretário geral da FNP e diretor do Sindipetro-RJ.

A previsão é de que no próximo domingo (1), a partir das 15 horas, os outros 12 sindicatos petroleiros também se somem à greve iniciada pela FNP – a informação foi divulgada ontem pela FUP.

Fonte: Imprensa FNP