Negociação com Petrobrás não muda decisão da categoria. Greve é mantida!

Bases da FNP vão negociar com direção da Petrobrás em greve.

A reunião entre a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e o RH da companhia, em mesa única, com representações das empresas do Sistema Petrobrás, foi uma importante conquista dos petroleiros. É o resultado dos atrasos, mobilizações, trancaços aprovados pela categoria desde 24 de setembro. A apresentação de um novo índice econômico, de 8,11%, “menos ruim” que o anterior, também é um avanço. Mas isso ainda está muito longe do aceitável (clique aqui e leia a proposta na íntegra).

A negociação na tarde desta quarta-feira (27), entre o RH da Petrobras e as representações da FNP e dos sindicatos filiados, foi um passo adiante, tendo em vista o entrave que a empresa havia colocado na forma de negociação. Mas a categoria petroleira já deixou claro, nas assembleias, que não aceitará proposta rebaixada, em relação ao acordo em vigor, nem índice de reposição inferior à inflação do período.

Assim, a Direção Colegiada da FNP, decidiu manter o calendário que propôs greve a partir desta quinta, 29, com avaliação do quadro na sexta-feira, 30, ao final da tarde. É preciso arrancar avanços, dando uma demonstração de força e disposição de luta à direção da Petrobrás.

A greve também é contra o Plano de Desinvestimento, que vende ativos lucrativos e rebaixa direitos. O Conselho de Administração da Petrobrás já anunciou a venda de 49% da Gaspetro. Os representantes da FNP exigiram da companhia explicações mais detalhadas sobre essa decisão e todo o Plano de Desinvestimento. A companhia comprometeu-se a fazer uma apresentação, por meio do diretor responsável. A categoria repudia veementemente o fracionamento do Sistema Petrobrás.

Além de um índice “menos ruim”, mas ainda inferior à inflação – o que significa perda do poder de compra dos salários - há cláusulas sociais consagradas que estão ameaçadas. Como recuos na “AMS” (assistência médica) e a redução do valor das horas extras (rebaixadas de 100 para 80%). Também é preciso dar um basta à discriminação dos aposentados que a cada ano têm os seus proventos mais e mais encolhidos, bem como aos ataques à organização sindical.

A FNP encaminhou à Petrobrás ofício reivindicando a continuidade das negociações na quinta (29) e na sexta (30), à tarde. A empresa se propôs a discutir ponto a ponto as cláusulas, tendo como base a pauta enviada pela FNP e a proposta inicial da companhia.

A direção da FNP entregou ao RH documentos, denunciando o assédio moral que vem sendo praticado por gerências inescrupulosas e despreparadas. Dois dirigentes do Sindicato do Litoral Paulista chegaram a ser agredidos e levado presos pela Polícia Militar, em conseqüência da interferência de gerente do pré-sal na mobilização da categoria. Os dirigentes do Litoral Paulista exigiram da companhia o afastamento imediato do Gerente Geral da UO-BS, responsável direto pela repressão sofrida pelos diretores presos e demais trabalhadores.

Outro ponto apresentado pela FNP foi que para haver negociação deste acordo tem que existir boa fé negocial e respeito entre as partes, logo, os dirigentes exigiram que cesse, de imediato, o assédio moral coletivo, a presença ostensiva da polícia nas mobilizações, convocadas pelas gerências por orientação de uma diretora do EP (Exploração e Produção),  bem como rompimentos de acordos e descontos indevidos nos contracheques dos trabalhadores.

A reunião na Petrobrás contou com a presença de uma comissão de mães e gestantes que reivindicam a redução do horário de trabalho (sem redução de salário) nos primeiros 12 meses de seus bebês, visando garantir a amamentação das crianças.

O direito dos trabalhadores terceirizados estacionarem seus carros nas dependências da sede da Petrobrás (Edise) durante os trabalhos nos fins de semana e feriados, a questão dos aposentados, AMS e horas-extras foram alguns dos pontos cobrados, pois era demanda da última reunião que a Petrobrás ainda não havia respondido.

A greve tem como objetivo pressionar a direção da empresa para que reveja o Plano de Desinvestimento e seja assegurado um acordo coletivo digno para os petroleiros. Apesar de todos os ataques que a Petrobrás vêm sofrendo, seus trabalhadores são os principais responsáveis pelos recordes de produção alcançados que derivam em vários prêmios internacionais.

Integram a FNP os Sindipetros do Litoral Paulista, São José dos Campos, Alagoas/Sergipe, AM/PA/MA/AP e Sindipetro-RJ.

Fonte: FNP/Agência Petroleira de Notícias