Petroleiros são presos e feridos no Valongo. A culpa é do GG, não iremos recuar!

Confira na coluna da direita o vídeo com a prisão e repressão ou clique aqui Um ato pacífico do Sindipetro-LP no Edisa Valongo, em Santos, na manhã desta quarta-feira (14), teve como saldo dois dirigentes sindicais presos (Fábio Farofa e Fábio Mello) pela Polícia Militar e um petroleiro de base ferido (Anderson Mancuso, vice-presidente da CIPA do Valongo). A mobilização faz parte da Jornada Unitária de Lutas dos petroleiros do Estado de São Paulo por um Acordo Coletivo de Trabalho digno e contra o desmonte do Sistema Petrobrás.

Durante todo o ato, que se iniciou por volta das 6h30, o clima era de assédio moral e tensão. Com um forte esquema, a Segurança Patrimonial da Petrobrás coagiu os trabalhadores, sobretudo os terceirizados, a entrar na unidade. Na prática, o que eles chamam de “garantir” o direito individual do empregado trabalhar, era na verdade constrangimento e assédio.

Por conta da forte mobilização da categoria, a PM foi acionada para intimidar os trabalhadores. Com presença ostensiva, cerca de 15 viaturas e uma base móvel, metralhadoras e pistolas em punho, e com empurrões, a todo o momento o objetivo dos policiais era acabar com o protesto.

Após o diretor Fábio Farofa posicionar o carro do Sindicato em uma das entradas da garagem do prédio, a PM - alegando desobediência - prendeu o dirigente sem qualquer motivo. Para piorar, toda a ação foi realizada em área privada sem ordem judicial – uma ilegalidade.

Em nenhum momento Fábio Farofa desrespeitou ou discutiu com os policiais. Durante o tumulto, na tentativa de impedir que os policiais prendessem o diretor, manifestantes se colocaram na frente da viatura e para não serem atropelados saltaram sobre o veículo, que partiu em alta velocidade, carregando dois deles. Um dos manifestantes, Mancuso, teve o punho aberto e sangramento em uma das mãos, ao saltar da viatura. Fábio Mello, que estava sobre a viatura, foi preso, longe do tumulto em frente ao Edisa Valongo. Os policiais jogaram spray de pimenta nos manifestantes, sendo o coordenador do Sindicato, Adaedson Costa, um dos atingidos, bem como petroleiros e petroleiras da unidade.

Se há alguma dúvida sobre a responsabilidade da Companhia e da PM em toda a confusão, marcada pela truculência dos policiais envolvidos, a nota enviada pela Polícia Militar à imprensa é categórica: após a repercussão negativa, foi informado que os policiais envolvidos foram afastados até que o processo de apuração do ocorrido seja concluída.

As manifestações dos petroleiros, que há mais de três semanas protestam em todo Brasil nas bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) contra a venda de ativos e a proposta rebaixada de ACT da Petrobrás, são em defesa da empresa e da soberania nacional.

Diante da conduta da empresa no ato dos petroleiros, a categoria e entidades sindicais de todo país têm se manifestado em apoio aos dirigentes sindicais presos e aos trabalhadores em luta. As mensagens chegam de todas as mídias sociais. Pedimos a todos que entrem em nossa Fanpage e multipliquem as informações, cercando a categoria de solidariedade.

A responsabilidade é do Gerente Geral da UO-BS A Polícia Militar foi acionada a pedido da Companhia. Portanto, o representante máximo da empresa na unidade Edisa Valongo é o Gerente Geral da unidade. Toda a ação truculenta, assim como a prisão arbitrária dos dirigentes, não teria acontecido sem o acionamento da PM pela empresa. Diante disso, exigimos uma reunião com a direção da empresa e com o presidente Bendine para tratar sobre as práticas antissindicais de gerências regionais e o desrespeito à organização dos petroleiros e petroleiras. Isto não pode passar impune. Exigimos o afastamento do Gerente Geral da UO-BS pela irresponsabilidade provocada por ele neste dia.

Petroleiro não é bandido, que prendam os corruptos! O que mais chamou atenção na ação conjunta orquestrada pela companhia e Polícia Militar foi a eficiência em reprimir, intimidar e prender aqueles que defendem a empresa. Isso porque, por outro lado, a mesma conduta não é colocada em prática quando se trata dos verdadeiros bandidos dentro do Sistema Petrobrás. Sejam eles do alto escalão da Companhia, empreiteiras ou parlamentares.

Luta e solidariedade Em nossa opinião, a resposta da categoria a este evento lamentável não pode ser outra senão luta e solidariedade. Por isso, torna-se ainda mais necessária a construção de uma greve nacional de todos os petroleiros do Sistema Petrobrás. Se a necessidade antes já era imperiosa, pois o que está em jogo são os nossos direitos e o patrimônio da Petrobrás, agora o que se coloca em risco é a integridade física dos trabalhadores, é o direito constitucional de greve, a liberdade do movimento sindical. Lutar não é crime!

Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo!

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