Dia de luta contra o benzeno é marcado por mobilizações em diversas bases do LP

O Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno, celebrado nesta segunda-feira (5) em todo o país, tingiu de preto as unidades da Petrobrás no Litoral Paulista. Vestidos de preto, petroleiros do turno e do regime administrativo de quatro unidades (RPBC, UTE Euzébio Rocha, Tebar e UTGCA) atrasaram o início do expediente em duas horas. Nas plataformas de Merluza e Mexilhão, onde a mobilização acontece desde o início do movimento, todos os dias os trabalhadores atrasam a emissão e requisição de PT (6 às 9h em Merluza, 7 às 9h em Mexilhão).

No terminal Alemoa, em Santos, mesmo com chuva incessante os petroleiros aderiram ao Dia de Vestir Preto com atraso no ADM e corte de rendição no turno. Antes das 7 da manhã os trabalhadores foram recebidos pela diretoria do Sindipetro-LP.

Em todas as atividades, os dirigentes do Sindicato distribuíram boletins e camisetas alusivas à campanha contra a exposição ao benzeno, relembrando que a data é uma homenagem a Roberto Krappa – petroleiro da RPBC que faleceu há exatos onze anos vítima da exposição ao agente.

Infelizmente, mais de uma década depois o balanço sobre o tema não é nada positivo. Na RPBC, por exemplo, o Acordo Nacional do Benzeno segue sendo descumprido, os acidentes que ocorrem nas unidades são alvo constante de subnotificação e o trabalho desenvolvido pelos membros eleitos da CIPA é sistematicamente boicotado pelos gestores da companhia.

O ato realizado na RPBC, também castigado com forte chuva, não desanimou a categoria. Não por acaso, a paralisação na refinaria foi fechada com uma cena histórica: os trabalhadores fizeram uma salva de palmas em homenagem ao companheiro Krappa e registraram uma estrondosa vaia ao gerente geral da RPBC, cuja gestão é marcada por casos sucessivos de assédio e pelo desprezo à saúde dos trabalhadores.

Em defesa da Petrobrás, nenhum direito a menos! Como não poderia ser diferente, as mobilizações desta segunda-feira também foram em repúdio à tentativa de desmonte dos direitos da categoria e da Petrobrás.

A indignação dos petroleiros aumenta a cada dia e a cobrança por uma greve nacional vem ganhando cada vez mais força. Durante a conversa, partiu dos petroleiros diversas sugestões de como agir para que a categoria consiga derrubar o acordo ofensivo proposto pela Petrobrás, assim como a venda de ativos que avança o processo de privatização da empresa.

Enquanto os gestores da companhia tentam desmobilizar e separar a categoria, com assédio moral e retaliação, os trabalhadores demonstram mais uma vez – com este grande dia de luta - que estão dispostos a ir além. A construção de uma mobilização nacional, que pare todas as unidades da companhia, mostra-se cada vez mais madura e mais necessária.

Por isso, chamamos todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás – diretos e terceirizados, de todas as bases – a construir uma grande greve nacional unificada. Vamos lutar por nossos direitos e mostrar a força da união dos petroleiros na defesa da Petrobrás.

Confira abaixo algumas fotos das mobilizações e registros feitos por companheiros petroleiros que aderiram ao Dia de Vestir de Preto [gallery link="file" order="DESC" orderby="ID"]