GG da RPBC “comemora" aniversário da Petrobrás com retaliação e assédio

Resposta da categoria deve ser união e solidariedade para dar continuidade à luta legítima por um ACT digno, contra a venda de ativos e a entrega do pré-sal

Em uma clara tentativa de retaliar a mobilização dos trabalhadores, no último sábado (3) o gerente geral da RPBC ordenou que o Grupo 5 (na unidade desde as 23h de sexta-feira) retornasse à refinaria às 2h30.

A medida, que quebra um antigo acordo da empresa com a categoria (que visa sobretudo a segurança dos empregados), foi uma resposta política da gerência ao corte de rendição realizado no turno das 7 horas com os trabalhadores do Grupo 4, o que gerou a dobra do Grupo 5 (saída às 15 horas).

Com razão, assim que a gerência anunciou a decisão um grande sentimento de indignação tomou conta dos trabalhadores. Imediatamente, o Sindicato orientou que ninguém retornasse à refinaria e, às 2h30, dirigentes do Sindipetro-LP já estavam na porta da unidade para conversar com a categoria e garantir que o Grupo 5 não retornasse.

Dividir para enfraquecer A retaliação ordenada pelo gerente-geral da refinaria não nos causa surpresa, mas é importante tirar algumas conclusões desse fato lamentável.

Em primeiro lugar, essa tentativa mesquinha de castigar a categoria - em pleno aniversário de 62 anos da Petrobrás - nos mostra que o gerente-geral da refinaria não se preocupa com pessoas, mas sim com números e lucro. É, por excelência, um escravo a serviço do capital - incapaz de desenvolver qualquer sentimento de empatia pelo ser humano.

Em segundo lugar, a medida tomada pela empresa demonstra que a categoria está no rumo certo. Incomodamos a gerência e geramos transtorno à relativa tranquilidade da unidade, com a empresa sendo forçada a lançar mão de inúmeras ações para atenuar os transtornos gerados pelas mobilizações-surpresa.

As dobras e acúmulo de horas extras para eventuais e supervisores, a dispensa do turno concentrada aos trabalhadores mais jovens (borrachos) são ações da empresa que visam desestabilizar a categoria e dividi-la. É assim que a empresa atua há anos. Precisamos responder com união e solidariedade!

Aos supervisores e eventuais, já nos dirigimos por duas vezes (leia aqui) chamando esses companheiros à responsabilidade, pois o que está em jogo é o futuro da companhia. Em relação aos companheiros que estão firmes no movimento, é importante que em conjunto com o Sindicato evitem justamente o que a empresa pretende: que um setor da categoria se sinta mais prejudicado, fragmentando o movimento. Neste sentido, orientamos e pedimos que os grupos organizem um revezamento equilibrado para as dobras e dispensas.

Unir para fortalecer A empresa quer desarticular as mobilizações realizadas pela categoria. Até agora, apesar de todo o assédio e retaliação, nada disso foi suficiente. A categoria deve seguir assim, respondendo aos ataques da empresa com mais mobilização e unidade.

A luta por um ACT digno, contra a venda de ativos e a entrega do pré-sal não irá parar. Novos ataques e castigos certamente virão. E não apenas da gerência da refinaria. No Edisa Valongo, em Santos, também nos enfrentamos com os abusos da gerência.

A história parece se repetir. Vinte anos atrás a categoria deflagrou uma greve após o então presidente FHC quebrar um acordo feito pelo seu antecessor, Itamar Franco, com os petroleiros. Neste fim de semana, o que o gerente-geral da RPBC fez foi o mesmo.

E não devemos temer a “repetição da história˜. Se voltar a quebrar o acordo com a categoria, vamos à greve e relembrar o espírito de 1995 não apenas por ser novamente uma luta em defesa de nossos direitos e da Petrobrás, mas por ser uma luta travada entre irmãos, sob a bandeira "Mexeu com ele, mexeu comigo!".

Em defesa da Petrobrás, nenhum direito a menos!