Bases da FNP dão sequência à mobilização nacional nesta sexta-feira (25)

Atualizado às 17h50

A mobilização iniciada na última quinta-feira (24/09) segue atingindo as bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Ontem, no período da tarde, os atrasos em nossa região permaneceram nas bases da RPBC, UTE Euzébio Rocha, Alemoa e Pilões. Além disso, no Litoral Norte, o turno das 19h na UTGCA atrasou também em duas horas o início do expediente. Durante o movimento, segue a orientação do Sindicato de operação padrão.

Movimento nesta sexta-feira No litoral Paulista, a primeira unidade atingida – com um forte aparato policial e assédio gerencial sobre petroleiros diretos e terceirizados – foi o Edisa Valongo. Ainda de madrugada, às 5h30, já havia sido montada pela gerência um grande operativo de coação sobre a força de trabalho. A tentativa foi em vão. A maior parte dos trabalhadores aderiu ao movimento, que seguiu até as 9 horas, demonstrando que a indignação com a proposta da empresa e a venda de ativos domina a categoria.

Nas bases operacionais da Baixada Santista os atrasos também foram mantidos. Terminais Alemoa, em Santos, e Pilões, em Cubatão, seguiram os atrasos de duas horas. O mesmo ocorreu na UTGCA, em Caraguatatuba, no turno das 7h. Nas plataformas de Merluza e Mexilhão, na Bacia de Santos, os petroleiros embarcados seguem com o atraso na emissão e requisição de PTs no início da manhã.

Já na RPBC, onde o planejado era manter o atraso de duas horas, a direção do Sindicato resolveu estender em três horas a paralisação. A decisão foi uma resposta à tentativa da gerência da destilação de assediar os trabalhadores que, legalmente e conforme decisão em assembleia, estão cumprindo a orientação de operação padrão e não emissão de PTs. Ou seja, a direção da empresa rasga a CLT, os direitos constitucionais da categoria em mobilização, e demonstra na prática que ignora completamente os padrões e procedimentos estabelecidos pela própria companhia. O Sindicato não aceitará qualquer tentativa de intimidação.

À tarde as mobilizações continuaram nas bases do Litoral Paulista. Na RPBC os petroleiros fizeram atraso de duas horas com o Grupo 1. Na Alemoa, os atrasos vão até às 18h, também com a duração de duas horas. No terminal de Pilões, o movimento foi de cerca de uma hora. Na oportunidade, os petroleiros conversaram sobre a proposta de mudança das cláusulas do ACT, receberam informações sobre o andamento dos protestos feitos por outras bases da FNP nacionalmente e definiram estratégias para a greve que se constrói.

Quadro nacional Nas demais bases da FNP, o Sindicato também segue mobilizando a categoria. Na REVAP, em São José dos Campos, os trabalhadores do ADM e turno da manhã atrasaram o expediente em uma hora.

No Rio de Janeiro, os trabalhadores realizaram atraso e trancaço de uma hora no CNCO. No TABG (Terminal Aquaviário da Baía da Guanabara), onde a categoria também atrasou em uma hora o início do expediente nesta manhã, foi votado atrasos nos grupos para as segundas, quartas e sextas-feiras. Na sede da Transpetro, na capital, houve ato na porta da unidade.

Na base do Sindipetro-PA/AM/MA/AP, os petroleiros do Terminal Transpetro Belém realizaram atraso de 2h30 com o ADM e 3 horas em todos os turnos, inclusive na manhã desta sexta-feira (25/09). Na Petrobrás Regional Norte (UO-AM), em Manaus, houve ato em frente à unidade.

Já em Alagoas (Pilar) houve atraso de uma hora no turno e ADM. Em Sergipe, Polo de Atalaia, a categoria atrasou duas horas (turno, adm e terceirizados) o expediente, com boa participação. Em assembleia, decidiram pela manutenção do Estado de Greve, assembleia permanente e avaliação do cenário nacional, com chamado às bases da FUP para que construam a greve nacional unificada da categoria, estendendo esse chamado aos bancários e trabalhadores de correios, que entram em greve na região a partir do dia 28.

Assim como ocorre no Litoral Paulista, já começou a prática de assédio moral sobre os trabalhadores. Em Atalaia, além de tentar formar um grupo de contingência, a empresa passou a articular a entrada de empregados com malas cheias de roupas. O repúdio da categoria é grande.

Em defesa da Petrobrás, nenhum direito a menos! O movimento realizado nas bases da FNP demonstra que, muito mais que insatisfação, existe muita disposição de luta. Não é à toa, nossos direitos, empresa e riquezas estão em perigo – numa tacada só.

O ajuste fiscal do governo federal é aplicado em nossa companhia sob o nome de Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, uma política perversa que pretende economizar com a venda de ativos (privatização) e retirada de direitos mais de US$ 57 bilhões. Parte da BR Distribuidora (25%) já foi colocada à venda, a Gaspetro (49%) é a bola da vez e o pré-sal vive o perigo de ser entregue por completo às multinacionais estrangeiras.

E uma das facetas mais perversas deste projeto são as demissões: mais de 120 mil em todo o Sistema Petrobrás, atingindo diretamente o lado mais fraco e precário da corda: os petroleiros terceirizados.

A proposta de Acordo Coletivo da Petrobrás, com retrocessos históricos (leia aqui), é justamente a aplicação do Plano de Negócios e Gestão sobre a categoria. Ou seja, na prática não existem duas lutas distintas – uma econômica/social e outra política. As duas se combinam porque fazem parte de um mesmo objetivo: aproveitar o período de crise para aplicar um ataque sem precedentes: de uma só vez, desmontar o patrimônio da Petrobrás e direitos históricos dos petroleiros.

E se os ataques são enormes, a resposta deve ser na mesma moeda. E isso significa dizer que precisamos urgentemente construir uma greve nacional e unificada que envolva todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás, se espalhando por todas as bases. Rumo à greve nacional unificada em defesa da Petrobrás, contra a retirada de direitos!

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