Contra retirada de direitos e venda de ativos, bases da FNP deflagram greve e atrasos em diversos cantos do país

Matéria atualizada às 20h45 de quinta-feira (24/09)

A indignação da categoria está se traduzindo em luta nesta quinta-feira (24) nas bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) - confira as fotos aqui e no final da matéria. Diante de uma verdadeira tentativa de retrocesso em nossos direitos no ACT, somada à venda de ativos e desmonte da Petrobrás, os trabalhadores e trabalhadoras resolveram demonstrar que não irão pagar o preço da crise e da corrupção de meia dúzia de diretores, políticos e empreiteiras corruptas. NENHUM DIREITO A MENOS!

Litoral Paulista Nas bases do Litoral Paulista, foram realizados atrasos de duas horas na RPBC, UTE Euzébio Rocha e Terminal Pilões, em Cubatão, no Tebar, em São Sebastião e no Terminal Alemoa, em Santos. Nas plataformas de Merluza e Mexilhão, na Bacia de Santos, o movimento foi implementado por meio de atraso na emissão e requisição de Permissões de Trabalho. Em Mexilhão, o atraso foi de duas horas (7 às 9h e em Merluza de três horas (6 às 9h).

Na RPBC, a adesão no turno foi de 100% e no ADM chegou a mais de 70%. Uma grande vitória da mobilização na refinaria foi a participação dos eventuais de supervisores, demonstrando que a união da categoria é a única saída para ganhar a sociedade para a luta contra a privatização da Petrobrás e contra a entrega do pré-sal. Além disso, a categoria contou com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos da Região, que marcou presença na porta da unidade.

No Tebar, o atraso envolveu 100% do turno e quase a totalidade do ADM. Infelizmente, como retaliação ao movimento, a Polícia Militar foi acionada para reprimir a mobilização, tentando forçar a retirada do carro da entidade na porta do terminal. No entanto, tal postura não impediu a continuidade do atraso. Na UTGCA, em Caraguatatuba, o Sindicato atrasou agora pouco o grupo de turno das 19h.

Nos terminais Alemoa e Pilões a adesão foi de 100% no turno e ADM e ainda contou com a participação dos petroleiros terceirizados (80%), no período da manhã, sendo que no turno da tarde o atraso de duas horas se repetiu. Em todas as unidades que realizaram movimento, o Sindicato orientou os trabalhadores que estavam trabalhando a realizar operação padrão no período do atraso.

No aeroporto de Itanhaém, logo pela manhã, Sindicato e trabalhadores conversaram durante mais de duas sobre a situação e os rumos do movimento. A opinião da categoria é que somente nacional e unificada será capaz de pressionar a empresa a atender as reivindicações, voltando atrás na tentativa de entregar nosso patrimônio e retirar direitos históricos. Não houve embarque para as plataformas devido ao mau tempo.

Rio de Janeiro No Terminal de Angra dos Reis (TEBIG), no Rio de Janeiro, a categoria reafirmou greve de 24 horas com assembleia de avaliação na manhã desta sexta-feira (25). Outras bases atingidas pelo movimento, com atrasos e atos, foram a UTE Barbosa Lima Sobrinho (atraso de uma hora), Terminal Baía da Guanabara, CNCO (atraso de rendição), CENPES e Edita.

Pará/Amazonas No Terminal Transpetro, de Belém (PA), houve corte de rendição no turno das 23 horas e a categoria – assim como no TEBIG - reafirmou greve de 24 horas com avaliação, em assembleia, amanhã (25). Além disso, houve paralisação de 3 horas na Petrobrás Regional Norte (UO-AM) e Porto Encontro das Águas (PEA-AM), com realização de um ato em frente à Petrobrás.

Vale do Paraíba Na REVAP, em São José dos Campos, os trabalhadores de turno e ADM realizaram no início da manhã atraso de uma hora. Já os petroleiros do turno de zero hora deliberaram, juntamente com o Sindicato, aguardar o cenário nacional para definir qual movimento realizar.

Alagoas/Sergipe Em Sergipe, a categoria transformou essa quinta-feira (24) num grande dia de paralisações e atos em todas as unidades. Na sede, em Aracaju, os trabalhadores paralisaram as atividades por quatro horas, contando com a solidariedade dos trabalhadores dos correios em greve. Na FAFEN, Polo Atalaia e Carmópolis houve atraso de duas horas.

Em Alagoas, a base de Pilar resiste com manifestação que começou logo no início da manhã. A categoria discute a situação do quadro nacional para deliberar os rumos do movimento. Com adesão parcial, foi realizado atraso de mais de 3 horas na unidade.

Rumo à greve nacional unificada! A mobilização desta quinta-feira (24), que terá continuidade ao longo do dia com avaliação em todas as bases, é uma grande vitória da categoria. Isso porque vem se construindo como um primeiro passo das bases da FNP para que se concretize uma greve nacional petroleira.

Para os petroleiros do Litoral Paulista, que desde a assembleia de terça-feira (22) vem demonstrando que querem lutar e não aceitam retrocesso, o movimento iniciado hoje é uma maneira de indicar para as outras bases do Sistema Petrobrás que nós estamos construindo um movimento forte em busca da unidade de todos os 17 Sindicatos.

15 pontos em defesa da Petrobrás, do povo brasileiro e dos trabalhadores próprios e terceirizados do Sistema Petrobrás

1. Suspensão do Plano de Desinvestimento – venda de ativos, abertura de capital, desmembramentos; 2. Empenho político para a continuidade da Petrobrás como operadora única; 3. Retomada das obras e não fechamento de postos de trabalho; 4. Acordo Único para toda o Sistema, sendo as negociações conduzidas conjuntamente; 5. 18% de aumento real no salário base; 6. Incorporação da RMNR; 7. Primeirização do Benefício Farmácia; 8. AMS 100% custeada pela Petrobrás; 9. Reposição dos níveis sonegados aos aposentados; 10. Reintegração plena dos Anistiados; 11. Recomposição do efetivo e primeirização; 12. Abono acompanhamento dependente doente; 13. Garantia, nos contratos, de licença maternidade de 6 meses e auxílio creche para os terceirizados; 14. Redução da carga horária para pais e mães com crianças com necessidades especiais; 15. Auxílio Alimentação para a área operacional (50% do valor do auxílio almoço). [gallery link="file" order="DESC" orderby="ID"]