Litoral Paulista rejeita por unanimidade proposta da Petrobrás e inicia movimento a partir do dia 24

A disposição de luta e a indignação da categoria levou centenas de petroleiros e petroleiras à sede e sub-sede do Sindicato, na noite desta terça-feira (22). Em assembleia lotada, os trabalhadores rejeitaram por unanimidade a proposta da Petrobrás e aprovaram o início do movimento a partir do dia 24 (quinta-feira).

Se em outros anos o cenário comum em uma primeira assembleia de ACT eram auditórios vazios, com o microfone reservado praticamente aos dirigentes sindicais, dessa vez foi bem diferente. A assembleia se afirmou como o espaço de maior democracia do sindicato.

As intervenções, realizadas por dezenas de trabalhadores de base, traduziram o sentimento que hoje domina a categoria: de um lado, uma imensa indignação com a tentativa de retirada de direitos históricos, e de outro lado, a certeza de que a luta não se reduz aos retrocessos que a companhia tenta impor em nosso acordo. Afinal, o que está em jogo principalmente é o risco de desmonte e privatização da Petrobrás, com a venda de ativos, e a ameaça à soberania nacional com a entrega completa do pré-sal ao estrangeiro.

Neste sentido, a Assembleia reafirmou a necessidade de que esta batalha seja travada com união pelos trabalhadores dos 17 sindipetros espalhados no país. Afinal, somente uma mobilização nacional pode se enfrentar com força contra os ataques aos nossos direitos e ao caráter público e estatal de nossa empresa – privatizada ano a ano de maneira velada.

Movimento a partir do dia 24 O movimento aprovado nas unidades do Litoral Paulista será realizado com atrasos, atos e operação padrão, dentre outras ferramentas já tradicionais da categoria para pressionar a empresa a apresentar uma oferta que possa ser chamada de proposta. Nas plataformas, o movimento terá atrasos na emissão e requisição de PTs (permissões de trabalho). Aos petroleiros embarcados, o Sindicato garantirá orientação para que a mobilização seja garantida.

Fica ainda como recado à direção da companhia uma prova concreta de que a categoria não irá pagar o preço da crise. Se a empresa quer reduzir custos reduzindo jornada e salários, diminuindo o valor das horas extras e criando banco de horas para treinamento, vamos mostrar na luta que não aceitamos este ataque.

Organização e próximos passos A categoria também aprovou estado de greve e assembleia permanente, rejeitando ainda por unanimidade o modelo de negociação imposto pela empresa à revelia do movimento sindical. A negociação deve ser de todo o Sistema Petrobrás, sem divisão!

Para organizar os próximos passos e avaliar a condução do movimento aprovado, assim como o avanço do cenário nacional, o Sindicato realizará no próximo dia 29/09 uma nova Assembleia, na sede e sub-sede do Sindicato, com primeira chamada às 17h30 e segunda chamada às 18h.

O objetivo é, mais uma vez, lançar mão do instrumento mais democrático da categoria para definir os desdobramentos de nossa campanha. A proposta está rejeitada, a mobilização aprovada e o recado mais do que dado: não há o que negociar com a atual proposta. A categoria exige uma negociação que discuta não retrocessos, mas sim a manutenção e avanço de nossos direitos. Juntos, somos mais fortes! Vamos à luta! Confira as imagens da assembleia [gallery link="file" order="DESC" orderby="ID"]