Tensão e medo na RPBC. Em menos de 10 dias, 5 acidentes!

rpbcA RPBC vive dias de verdadeira tensão e medo. E não é por acaso. Em menos de dez dias, foram cinco acidentes - a maioria de alto potencial e com risco concreto de grave lesão e até mesmo morte em alguns casos. “Coincidentemente”, a maior parcela atingindo trabalhadores terceirizados.
Esta é uma das faces mais perversas da política de redução de custos a qualquer preço da direção da empresa. A onda de demissões no Sistema Petrobrás tem causado consequências concretas aos trabalhadores terceirizados: aqueles que foram demitidos estão no olho da rua sem direitos e sem perspectivas. Aqueles que ainda seguem na empresa são obrigados a conviver com assédio e pressão desumana por produtividade, gerando escalas de jornada extenuantes. O resultado, inevitavelmente, são acidentes.
Primeiro acidente
No dia 25 de agosto, um petroleiro próprio (técnico químico) sofreu uma queda no laboratório, gerando um corte na mão. Apesar de ter tido abertura de CAT e de ter sido enviado para o setor médico, a empresa resolveu classificar o acidente como “sem afastamento”. Nenhuma novidade, pois é uma manobra antiga para não impactar negativamente as metas da unidade. Cabe dizer ainda que o setor sofre com jornada de trabalho extenuante, explicada em boa parte pelo efetivo reduzido.
Segundo acidente
No dia 29 de agosto, sábado, o acidente envolveu um terceirizado da MCE. O trabalhador sofreu uma descarga elétrica, tendo as extremidades das mãos queimadas e o rosto empreteijado, enquanto tentava executar a tarefa de aterramento de um cubículo. O que salta aos olhos neste caso é a perversidade da política de redução de custos da empresa. Este funcionário deveria estar acompanhado por um profissional de elétrica primeirizado. E por que este profissional não estava ali? Porque a liberação foi negada pela gerência para não gerar hora extra. A empresa está assumindo o risco de acidentes e até mesmo mortes em nome do lucro!
Para piorar, a transferência imediata dele para o Pronto Socorro foi vetada pela gerente de saúde, que forçou o trabalhador ferido a aguardar uma decisão por quase uma hora. A CAT foi emitida sem afastamento e hoje o terceirizado está trabalhando na refinaria enfaixado. Por fim, consta citar que a empresa desrespeitou o ACT ao enviar a CAT para o Sindicato fora do prazo exigido. A Cláusula 125ª prevê que a comunicação seja feita no prazo de 24 horas de sua emissão.
Terceiro acidente
Também envolvendo um terceirizado da MCE, no dia seguinte (30/08). Dessa vez, o trabalhador teve um dedo esmagado na tampa de um equipamento enquanto trabalhava no Coque 2.
Transferido para o setor médico, foi constada a necessidade de transferi-lo para o Pronto Socorro. O que surpreende neste caso foi a empresa não considerá-lo (pasmem!) um acidente de trabalho, mas apenas incidente, classificando-o como atendimento ambulatorial. Por consequência, sequer houve abertura de CAT, configurando claramente subnotificação de acidentes. O Sindicato não se furtará de realizar denúncia no Ministério do Trabalho.
Quarto acidente
Na terça-feira (1/9), um terceirizado da Tomé foi atingido - sem perceber - por uma fagulha no olho. O acidente ocorreu enquanto ele utilizava um equipamento rotativo. À noite, já em casa, o incomodo piorou, indo direto para o setor médico no dia seguinte. Importante citar que soubemos deste acidente, por acaso, enquanto fazíamos panfletagem. Encontramos o trabalhador ferido no IERB com curativo no olho. Até o presente momento, não recebemos cópia da CAT. E mesmo caso ainda seja senviada, já estará configurada irregularidade pelo descumprimento da cláusula 125ª do ACT.
QUINTO ACIDENTE
No dia 2 de setembro, mais um acidente envolvendo um funcionário da Tomé. Durante suas atividades na construção da UT2 (carteira de diesel) sofreu uma queda de nível. A razão? A plataforma por onde passava tinha baixa iluminação e, de quebra, faltava uma das grades do piso. Com isso, caiu no buraco. Foi encaminhado para o Hospital Ana Costa, mas até o fechamento deste jornal a CAT não foi enviada ao Sindicato.
CONCLUSÃO
A situação reforça um drama que já denunciamos regularmente. Em primeiro lugar, importante constatar que seja na gravidade, seja nos números, os terceirizados são as maiores vítimas. E a probabilidade de novos acidentes é muito grande, sobretudo na parada de manutenção programada para o início do mês que vem. Não podemos deixar de citar a curiosa solução encontrada pelo Gerente Geral da Refinaria para tantos acidentes num intervalo curto de tempo. A paralisação completa de serviços de segunda até o meio-dia de terça-feira.
Sabemos muito bem qual a motivação desta medida drástica:  não impactar os índices de acidente, preservando assim a reputação da unidade. Enquanto isso, a CIPA segue sendo boicotada, o que na prática significa impedir que os membros eleitos cumpram suas funções. A prevenção aos acidentes é ignorada, as inspeções diárias não são garantidas e até mesmo a convocação de cipeiro eleito para as reuniões é descumprida. Uma várzea!
Neste momento, em que nossas vidas estão em jogo, precisamos garantir que cada acidente seja de fato registrado conforme sua gravidade; esconder a realidade significa - na prática - abrir uma avenida para novos acidentes e contribuir para o conto de fadas que são os índices e metas do GG. A boa reputação da RPBC junto ao ABAST está sendo conquista à custa da insegurança dos trabalhadores.
O debate é: o que tem mais valor? a vida do trabalhador ou a taxa de ocorrências registráveis (TOR)? Para o GG, não há dúvidas: se for preciso esconder acidentes para não impactar o TOR isso será feito. Cabe a nós combater este verdadeiro crime contra nossas vidas.

A RPBC vive dias de verdadeira tensão e medo. E não é por acaso. Em menos de dez dias, foram cinco acidentes - a maioria de alto potencial e com risco concreto de grave lesão e até mesmo morte em alguns casos. “Coincidentemente”, a maior parcela atingindo trabalhadores terceirizados.

Esta é uma das faces mais perversas da política de redução de custos a qualquer preço da direção da empresa. A onda de demissões no Sistema Petrobrás tem causado consequências concretas aos trabalhadores terceirizados: aqueles que foram demitidos estão no olho da rua sem direitos e sem perspectivas. Aqueles que ainda seguem na empresa são obrigados a conviver com assédio e pressão desumana por produtividade, gerando escalas de jornada extenuantes. O resultado, inevitavelmente, são acidentes.

Primeiro acidente

No dia 25 de agosto, um petroleiro próprio (técnico químico) sofreu uma queda no laboratório, gerando um corte na mão. Apesar de ter tido abertura de CAT e de ter sido enviado para o setor médico, a empresa resolveu classificar o acidente como “sem afastamento”. Nenhuma novidade, pois é uma manobra antiga para não impactar negativamente as metas da unidade. Cabe dizer ainda que o setor sofre com jornada de trabalho extenuante, explicada em boa parte pelo efetivo reduzido.

Segundo acidente

No dia 29 de agosto, sábado, o acidente envolveu um terceirizado da MCE. O trabalhador sofreu uma descarga elétrica, tendo as extremidades das mãos queimadas e o rosto empreteijado, enquanto tentava executar a tarefa de aterramento de um cubículo. O que salta aos olhos neste caso é a perversidade da política de redução de custos da empresa. Este funcionário deveria estar acompanhado por um profissional de elétrica primeirizado. E por que este profissional não estava ali? Porque a liberação foi negada pela gerência para não gerar hora extra. A empresa está assumindo o risco de acidentes e até mesmo mortes em nome do lucro!

Para piorar, a transferência imediata dele para o Pronto Socorro foi vetada pela gerente de saúde, que forçou o trabalhador ferido a aguardar uma decisão por quase uma hora. A CAT foi emitida sem afastamento e hoje o terceirizado está trabalhando na refinaria enfaixado. Por fim, consta citar que a empresa desrespeitou o ACT ao enviar a CAT para o Sindicato fora do prazo exigido. A Cláusula 125ª prevê que a comunicação seja feita no prazo de 24 horas de sua emissão.

Terceiro acidente

Também envolvendo um terceirizado da MCE, no dia seguinte (30/08). Dessa vez, o trabalhador teve um dedo esmagado na tampa de um equipamento enquanto trabalhava no Coque 2.

Transferido para o setor médico, foi constada a necessidade de transferi-lo para o Pronto Socorro. O que surpreende neste caso foi a empresa não considerá-lo (pasmem!) um acidente de trabalho, mas apenas incidente, classificando-o como atendimento ambulatorial. Por consequência, sequer houve abertura de CAT, configurando claramente subnotificação de acidentes. O Sindicato não se furtará de realizar denúncia no Ministério do Trabalho.

Quarto acidente

Na terça-feira (1/9), um terceirizado da Tomé foi atingido - sem perceber - por uma fagulha no olho. O acidente ocorreu enquanto ele utilizava um equipamento rotativo. À noite, já em casa, o incomodo piorou, indo direto para o setor médico no dia seguinte. Importante citar que soubemos deste acidente, por acaso, enquanto fazíamos panfletagem. Encontramos o trabalhador ferido no IERB com curativo no olho. Até o presente momento, não recebemos cópia da CAT. E mesmo caso ainda seja senviada, já estará configurada irregularidade pelo descumprimento da cláusula 125ª do ACT.

Quinto acidente

No dia 2 de setembro, mais um acidente envolvendo um funcionário da Tomé. Durante suas atividades na construção da UT2 (carteira de diesel) sofreu uma queda de nível. A razão? A plataforma por onde passava tinha baixa iluminação e, de quebra, faltava uma das grades do piso. Com isso, caiu no buraco. Foi encaminhado para o Hospital Ana Costa, mas até o fechamento deste jornal a CAT não foi enviada ao Sindicato.

Conclusão

A situação reforça um drama que já denunciamos regularmente. Em primeiro lugar, importante constatar que seja na gravidade, seja nos números, os terceirizados são as maiores vítimas. E a probabilidade de novos acidentes é muito grande, sobretudo na parada de manutenção programada para o início do mês que vem. Não podemos deixar de citar a curiosa solução encontrada pelo Gerente Geral da Refinaria para tantos acidentes num intervalo curto de tempo. A paralisação completa de serviços de segunda até o meio-dia de terça-feira.

Sabemos muito bem qual a motivação desta medida drástica:  não impactar os índices de acidente, preservando assim a reputação da unidade. Enquanto isso, a CIPA segue sendo boicotada, o que na prática significa impedir que os membros eleitos cumpram suas funções. A prevenção aos acidentes é ignorada, as inspeções diárias não são garantidas e até mesmo a convocação de cipeiro eleito para as reuniões é descumprida. Uma várzea!

Neste momento, em que nossas vidas estão em jogo, precisamos garantir que cada acidente seja de fato registrado conforme sua gravidade; esconder a realidade significa - na prática - abrir uma avenida para novos acidentes e contribuir para o conto de fadas que são os índices e metas do GG. A boa reputação da RPBC junto ao ABAST está sendo conquistada à custa da insegurança dos trabalhadores.

O debate é: o que tem mais valor? a vida do trabalhador ou a taxa de ocorrências registráveis (TOR)? Para o GG, não há dúvidas: se for preciso esconder acidentes para não impactar o TOR isso será feito. Cabe a nós combater este verdadeiro crime contra nossas vidas.