Greve chega ao 8° dia com intensificação das práticas antissindicais

ACT

Bases da FNP

No Litoral Paulista o dia amanheceu com um grande efetivo de diretores e trabalhadores de base na RPBC, em Cubatão. O Sindicato realizou trancaço em ao menos seis entradas da refinaria com a categoria no apoio para convencer os trabalhadores a não entrar. Aqueles que ainda assim insistiram em furar a greve, contrariando a luta coletiva, receberam uma declaração (clique aqui) na qual concordavam com a proposta rebaixada de acordo coletivo e com a venda de ativos. Com adesão de 100% no turno e mais de 70% no ADM, neste oitavo dia de greve o ato na refinaria ainda teve atraso de duas horas dos trabalhadores terceirizados que entram pelo portão 1 da unidade.

No Tebar, em São Sebastião, o movimento tomou grandes proporções. A unidade está operando com apenas 20% da capacidade. De quatro piers apenas um está em operação e os bombeios estão parados. Além disso, um fato dificilmente visto em período grevista, mas que demonstra a força dessa greve é que cinco supervisores e três coordenadores de operação aderiram ao movimento. Por designação, os petroleiros que ocupam esses cargos permanecem trabalhando sob quaisquer circunstâncias.

Em Pilões, Cubatão, o movimento cresce. Hoje houve corte de rendição, às 8h, na entrada do turno e teve 100% de adesão – número que ainda não havia sido alcançado desde o início da greve. O trabalho de conscientização e convencimento, com diálogo diário, surtiu efeito. No ADM, adesão de 95%.

No Terminal da Alemoa, em Santos, turno e ADM continuam parados. Na UTGCA, em Caraguatatuba, os trabalhadores em greve se revezam, mantendo a escala (12 horas) que fariam se estivessem trabalhando. A adesão é de 100% da operação, 100% da manutenção do nível médio (exceto supervisores), 60% SMS e 30% do administrativo.

Os trabalhadores de Mexilhão, na tarde de ontem, deixaram a unidade na mão da equipe de contingência e desembarcaram. Hoje,  os petroleiros de Merluza repetiram o mesmo ato dos companheiros de Mexilhão e entregaram a plataforma para a empresa. Isso foi um grande feito já que esses companheiros foram assediados de todas as formas. A gerência de Merluza passou um documento para que eles assinassem admitindo o desembarque por conta de greve. Além disso, cortaram o transporte do aeroporto até a base de Santos e para piorar telefonaram convidando para voltar à bordo.

Na base do Sindipetro Alagoas/Sergipe, pouco antes das 8h, a PM foi chamada à sede da Petrobrás na rua Acre, em Aracaju. Cinco viaturas se deslocaram para o local, mas os trabalhadores mantiveram-se firmes na greve. Segundo informações, a polícia foi chamada por um fura-greve. A greve segue na área com adesão de cerca de 90% .

Em Sergipe, no Campo Terrestre de Carmópolis, a juíza da vara do trabalho de Maruim, por volta de meio dia, compareceu com uma tropa de policiais, obrigando os trabalhadores a retirarem todas as faixas com as reivindicações da categoria, sob o argumento do interdito proibitório, mesmo com os portões das entradas principais desbloqueados. O que os trabalhadores estão fazendo nas portas da empresa são piquetes de convencimento. Mesmo os buracos que a gerência abre nas cercas e nas grades ao redor das estruturas da empresa, para obrigar os trabalhadores a entrarem para trabalhar sob assédio moral e ameaças de corte de ponto, a juíza determinou que fossem desobstruídas. Manter esses buracos abertos é um desrespeito aos trabalhadores e um risco a segurança, pois é necessário, muitas vezes, atravessar por dentro de mato, escalar muros e passar por cima de amontoado de equipamentos. Os portões principais seguem abertos e os piquetes de convencimento estão nos locais para dialogar com aqueles que ainda estão indecisos sobre a necessidade da greve.

Na base do Sindipetro-PA/AM/MA/AP, a Província Petrolífera do Urucu (AM) conta apenas com uma equipe de contingência formada por engenheiros, supervisores e gerentes que não possuem habilitação para operar estão garantindo a produção reduzida do campo. A planta está vulnerável, pois não há brigada de emergência na unidade. Alguns companheiros dessa equipe entraram em contato com a direção do Sindipetro PA/AM/MA/AP alegando exaustão e solicitando o desembarque. A direção do sindicato está entrando com uma ação jurídica e para garantir que o desembarque ocorra o mais rápido possível. A manhã dos petroleiros  Transpetro Belém (PA) começou com um trancaço com adesão de 100% da operação, manutenção e administrativo na unidade. Os terceirizados também se incorporaram à mobilização. Na Transpetro São Luiz (MA) e no Prédio Regional Norte (UO-AM) também foi feito um trancaço.

Na Revap, em São José dos Campos, corte de rendição do turno das 7h e parte do ADM não entrou. A paralisação segue em todos os grupos da refinaria. O setor de analisadores do Laboratório está com as portas trancada porque a greve do setor é total e o supervisor não sabe operar os equipamentos.

No Rio de Janeiro, como parte da greve nacional dos petroleiros, o Sindipetro-RJ participou de um ato em frente ao estaleiro Inhaúma, no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. A empresa vem transferindo obras para outras regiões do Brasil, como o Rio Grande do Sul e Paraná e para outros países, como a China. Com isso, o estaleiro está ameaçado de fechar e a força de trabalho pode perder o emprego. O mesmo já aconteceu em outros estaleiros do estado do Rio, como Eisa-Mauá, em Niterói e o Comperj, em Itaboraí. Além de demitidos, os trabalhadores não tiveram seus direitos garantidos.

Também foi realizado um trancaço no EDICIN. A atividade durou de 6h às 9h e os trabalhadores respeitaram o piquete do Sindipetro-RJ. Às 9h, em assembleia na frente do edifício, os trabalhadores decidiram retomar as atividades, mas mantendo o estado de mobilização. No TABG, a greve está forte. Houve um acordo com a gerência proposto pelo Sindipetro-RJ e os trabalhadores assumiram o controle e acompanhamento das atividades. O Centro Nacional de Controle (CNCO )da Transpetro Sede cortou rendição, mas manteve efetivo mínimo e por enquanto não tem parada de produção. Mesmo assim, a empresa está substituindo trabalhadores grevistas por pessoas sem certificação para operação, o que coloca em risco os equipamentos da companhia e a sociedade de uma forma geral. Os trabalhadores da Petrobrás, em Angra, estão com os braços cruzados. No CENPES, os trabalhadores de turno cortaram a emissão de PT (permissão de trabalho) e está havendo reuniões de setoriais para acumular rumo à greve.

Bases da FUP

A Federação ainda não atualizou o quadro de greve de suas bases nesta quinta-feira (5). Assim que a informação for divulgada atualizamos nossa matéria imediatamente. Confira aqui o quadro completo de ontem nas bases da FUP.