Petroleiros do Litoral Paulista deflagram greve por tempo indeterminado

Diante do quadro nacional favorável e em nome da unidade da categoria para fortalecer a luta contra o Leilão de Libra e por um ACT vitorioso, os petroleiros do Litoral Paulista decidiram avançar na mobilização e aprovaram, em assembleia realizada na noite desta sexta-feira (18/10), greve por tempo indeterminado em suas bases. Com isso, já haverá corte de rendição na entrada dos turnos ainda esta noite, a partir das 23h e 0h.

Desde quinta-feira (17/10), Dia Nacional de Luta Contra o Leilão de Libra, a categoria vinha realizando atrasos de 3h na entrada dos trabalhadores de turno na RPBC, em Cubatão, na UTGCA, em Caraguatatuba, e também nas plataformas de Merluza e Mexilhão, através do atraso na emissão de PTs (Permissão de Trabalho). O objetivo é que, além dessas unidades, o movimento também se espalhe a outras instalações da companhia na região. Por isso, é importante que toda a categoria se envolva nesta batalha.

A votação Foram colocadas em votação duas propostas durante a assembleia. A manutenção dos atrasos ou a evolução dos protestos para greve. No total, votaram a favor dos atrasos 43 trabalhadores. Pela deflagração da greve houve 113 votos favoráveis. Superada esta votação, o passo seguinte foi definir entre greve de 24 horas ou por tempo indeterminado. A greve por tempo indeterminado foi a opção escolhida por praticamente todos os trabalhadores presentes.

Reavaliação, terça-feira Os petroleiros ainda definiram que a greve por tempo indeterminado será avaliada no final do dia de terça-feira (22/10), em assembleia que acontecerá na sede (Santos) e sub-sede (São Sebastião) da entidade. Portanto, até lá a categoria estará de braços cruzados. É greve pra valer!

Greve forte pra barrar o leilão e arrancar aumento real! Com o avanço da mobilização no Litoral Paulista a greve nacional, que já está forte em todo o Brasil, ganha um reforço de peso num momento em que a a categoria se enfrenta com os ataques da imprensa (Arnaldo Jabour é o exemplo mais execrável disso) e do governo Dilma, que não hesitará em lançar mão da violência e da repressão contra os movimentos sociais para garantir a maior privatização da história do país.

O envio de mais de mil homens da Força Nacional, Exército e outras instituições repressivas do Estado para o hotel luxuoso no Rio onde será realizado o leilão também é uma amostra de que, por um lado, o governo está acuado com as mobilizações que varrem o país desde junho; e que, de outro, tentará a todo custo entregar uma riqueza inalienável ao estrangeiro.

Na Petrobrás, não é diferente. Diante de uma mobilização que já se demonstra histórica em seus primeiros dias, inclusive com parada de produção em algumas unidades, a companhia já iniciou uma disputa ideológica com os sindicatos ao enviar para a força de trabalho comunicados em que se diz disposta a dialogar com as entidades. Tarde demais, afirmamos à empresa. A categoria está em luta e sempre foi assim, de braços cruzados, que enfrentamos a agenda neoliberal dos governos de plantão e a política salarial da companhia.

O desinvestimento, o Procop, as terceirizações... tudo isso vem retirando direitos, gerando insegurança nas unidades e ceifando vidas. A categoria tem pressa; pressa de arrancar um ACT vitorioso e de derrubar o crime de lesa-pátria agendado para a próxima segunda-feira, 21 de outubro. Se o governo quer nos derrotar com o Exército, temos em nossas mãos - ao lado da juventude e dos demais trabalhadores nas ruas - a capacidade de parar a maior companhia do país.

Leilão de Libra, não! Aumento de 16,53% no salário base, sim! Vamos à luta!