Litoral Paulista rejeita proposta e aprova atrasos de 3h por tempo indeterminado

Na noite da última quarta-feira (16/10), em assembleia realizada na sede (Santos) e sub-sede (São Sebastião) do Sindicato, os petroleiros do Litoral Paulista rejeitaram por unanimidade a proposta da companhia de ACT e aprovaram ainda a adesão ao Dia Nacional de Luta Contra o Leilão de Libra, que acontece neste 17 de outubro, com atrasos de três horas no início do expediente a partir das 7h.

Ainda de acordo com a decisão da categoria, durante 24h (a partir do dia 17) não haverá emissão de PTs (Permissões de Trabalho), inclusive nas plataformas de Merluza e Mexilhão. Os atrasos de 3h seguirão por tempo indeterminado contra o leilão de Libra e por um ACT digno até que a companhia apresente uma nova proposta.

Um amplo debate na assembleiaA decisão foi tomada após uma longa discussão entre os petroleiros que compareceram à assembleia sobre a forma de mobilização a ser adotada. O debate girou em torno da efetividade da paralisação a ser escolhida e, neste ponto, os petroleiros aposentados e pensionistas presentes não participaram da votação.

Em nome da unidade nacional, uma vez que a maioria dos sindicatos aprovou greve de 24 horas, sendo alguns por tempo indeterminado, parte dos companheiros defendeu a proposta da FNP e do Sindicato de greve de 24 horas. Essa proposta recebeu 21 votos na sede, em Santos. Em São Sebastião, 22 companheiros votaram pela deflagração de greve por tempo indeterminado.

Entretanto, 61 trabalhadores - sendo 42 em Santos e 19 em São Sebastião - defenderam a proposta que acabou saindo vencedora no final da votação: os atrasos de 3h, que segundo esses companheiros tem a vantagem de gerar um desgaste gerencial e financeiro à empresa. Uma outra proposta, de atrasos que começassem a partir de 3h e chagassem até 5h também foi colocada como proposta e em votação, mas teve apenas 18 votos a favor, sendo 2 em Santos e 16 em São Sebastião.

Resultados parciais das assembleias nas bases da FNP (até a conclusão da matéria)Na base do Sindipetro AL/SE, a maior parte das assembleias foi concluída com um resultado massacrante contra a proposta da empresa e a favor da greve no dia 17 por 24h, com possibilidade de se estender por tempo indeterminado. Ainda na quinta-feira os trabalhadores irão avaliar a continuidade do movimento. No total, foram 424 votos pela rejeição da proposta e apenas 6 pela aprovação. A favor da greve, votaram 396 petroleiros; contra, apenas 7.

Em São José dos Campos, na REVAP, 82% dos trabalhadores votaram pela aprovação da greve de 24h, que também pode ser estendida por tempo indeterminado, uma vez que a categoria já aprovou movimentos de atrasos indeterminados por tempo indeterminado. Em relação à proposta da empresa, a ampla maioria votou pela rejeição, tendo apenas uma abstenção e nenhum voto a favor. Os trabalhadores ainda aprovaram por ampla maioria, com apenas um voto contrário, a exclusão da cláusula de PLR Futura e de cláusulas que atendam apenas um setor da categoria.

Os trabalhadores da base do Sindipetro PA/AM/MA/AP também estão acompanhando as demais regiões nas assembleias já realizadas. Às 7h, haverá um ato frente ao prédio administrativo da Petrobrás, em Belém (PA), e também, às 16h, haverá um ato da educação na cidade que o sindipetro participará. Na Refinaria Premium e na Transpetro, em São Luis (MA), os trabalhadores também aprovaram por maioria absoluta a paralisação e rejeição da proposta da empresa.

No Rio de Janeiro, além de protestos e mobilizações nas unidades da Petrobrás, será realizada um grande ato articulado em conjunto por diversas organizações que constroem a campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso. A passeata no centro do Rio de Janeiro começa às 17h, com concentração na Candelária. De lá parte em direção à Cinelândia.

BASES DA FUP - no Rio Grande do Norte, Duque de Caxias, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Unificado São Paulo e Norte Fluminense também aprovaram greve por tempo indeterminado.