Litoral Paulista `comemora´ aniversário da Petrobrás com greve na UTGCA e Tebar

O aniversário da Petrobrás no Litoral Paulista está sendo comemorado com greve na UTGCA, em Caraguatatuba, e no Tebar, em São Sebastião - ambas localizadas no Litoral Norte de São Paulo. A adesão foi de praticamente 100% entre os trabalhadores de turno, ADM e, também, terceirizados. Com isso, o 3 de outubro deixou de ser um dia de festa, como pretendia a companhia e o Governo Dilma, e se transformou em um grande dia de luta. Nacionalmente, a categoria está de braços cruzados.

Após um ato de aproximadamente uma hora nas duas unidades, com entrega de cartilhas e informativos sobre o Leilão de Libra e a campanha reivindicatória em curso, os trabalhadores voltaram para casa.

Na UTGCA, foco de problemas constantes de segurança, que envolvem desde vazamentos sistemáticos de benzeno e condições precárias de trabalho, a previsão é de que a greve complete 24 horas. A possibilidade de suspensão do movimento está condicionada à resposta da gerência geral para as demandas específicas da unidade. Ainda hoje, o Sindicato se reunirá com a gerência para exigir uma solução às demandas da UTGCA.

No Tebar, onde a paralisação teve forte apoio de petroleiros aposentados e pensionistas, ainda não foi definida a duração da paralisação. Até o final da tarde, Sindicato e trabalhadores devem traçar um plano sobre o corte de rendição nos grupos de turno.

Em Caraguatatuba, na UTGCA, a adesão dos trabalhadores terceirizados teve também razões concretas: empregados da Schahin enfrentam dois meses de calote no `fome zero´ (vale-refeição); trabalhadores da RIP estão sem EPI, usando material cedido por outra empresa; e a força de trabalho da Dédalos, empresa responsável pelo reflorestamento no entorno da unidade, não receberam até hoje o adicional de periculosidade. Ou seja, o cenário na UTGCA é de caos.

Nas demais bases da região, como plataformas, refinaria e terminais Santos (Alemoa) e Cubatão (Pilões) da Transpetro, a orientação do sindicato é de que os petroleiros executem durante todo o dia operação padrão.

O sentimento em toda a categoria é que - de fato - não há razões para comemorar o aniversário da Petrobrás. Soma-se à maior privatização da história do país que se aproxima, o leilão de Libra, outros ataques profundos aos trabalhadores: terceirização desenfreada, desinvestimentos, Procop, assédio moral, desvalorização salarial e insegurança generalizada, com diversas unidades em completo estado de sucateamento. Além disso, são 17 anos sem aumento real e um plano de cargos falido, que atinge petroleiros ativos, aposentados e pensionistas.

Ainda hoje, divulgaremos o cenário nacional em todas as bases da FNP.

Veja as fotos da greve na UTGCA e no Tebar

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