Em 24 de abril, Marcha a Brasília reunirá trabalhadores de todo o país

Novos leilões do petróleo, nova reforma da previdência, Acordo Coletivo Especial (ACE). Esses são apenas alguns dos ataques que se desenham neste período contra os trabalhadores brasileiros. Justamente para dar uma resposta a essas medidas, com a organização independente dos trabalhadores, será realizada a Marcha a Brasília em 24 de abril, com a presença de diversas entidades sindicais, federações e movimentos sociais que não se cooptaram e nem abandonaram suas bandeiras de luta nesses dez anos de PT no poder.

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista também estarão presentes nesta coluna de lutadores. De nossa base, já está garantida a ida de um ônibus para a capital do País. Chamamos todos os trabalhadores do Litoral Paulista, ativos, aposentados e pensionistas, a se somarem neste grande ato. Os interessados em participar da marcha podem reservar seu nome pessoalmente na Secretaria do Sindicato ou pelo telefone (13) 3202.1102.

A mobilização promete ser forte, com diversas entidades já confirmadas. Dentre elas, CSP-Conlutas, correntes da CUT como a "CUT pode mais", Condsef, Andes-SN, Sinasefe, Fenasps, Fasubra, Asfoc-SN, MST, Feraesp, CPERS, Sepe e ANEL. Ou seja, serão petroleiros, metalúrgicos, professores, trabalhadores do campo e estudantes reunidos em um grande ato unitário para rejeitar os ataques aos direitos dos trabalhadores, como a reforma da Previdência, e a imposição dos Acordos Coletivos Especiais (ACE).

De acordo com o secretário-geral da FNP, Ademir Gomes Parrela, a Marcha tem um grande significado para os trabalhadores. "Essa mobilização vai unificar as reivindicações, demandas e denúncias de milhares de trabalhadores, de várias categorias. Isso mostra que, apesar de suas diferenças e pautas específicas, existe uma luta comum: barrar a tentativa de retirada de direitos e impedir que os patrões e os governos joguem nas costas dos trabalhadores a conta da crise européia".

Por isso, a manifestação vai contar com os petroleiros, que lutam contra os leilões do petróleo e pelo resgate de uma Petrobrás 100% Estatal. Contará também com trabalhadores do setor privado e aposentados que estão em luta contra o Fator Previdenciário e a fórmula 85/95; os aposentados que lutam pela recomposição do valor das aposentadorias; com os servidores públicos que lutam pela anulação da Reforma da previdência de 2003; professores que estarão em greve em defesa do piso nacional da categoria; dos assalariados rurais que estão enfrentando os desmandos do agronegócio; dos trabalhadores sem terra que lutam pela reforma agrária; dos movimentos populares que lutam por moradia; indígenas e quilombolas que lutam pela demarcação de suas terras; estudantes que lutam em defesa da educação pública, de qualidade para todos. Todos lutando contra o ACE e a precarização do trabalho.

Uma alternativa frente aos governistasEste ato simboliza, também, a reorganização do movimento sindical que atravessa o país. Na categoria petroleira, por exemplo, assistimos ao declínio e degeneração da FUP, atrelada à empresa e ao governo, e o crescimento e fortalecimento da FNP, cujo programa é a independência em relação à empresa e a qualquer governo, e a autonomia frente aos partidos políticos.

A marcha mostrará ao País que não é verdade que todos estão de acordo com os atuais rumos da política econômica do Governo. Mostrará também que não é verdade que os que se opõem têm compromisso com a oposição de direita, como dizem os governistas. Precisamos construir e fortalecer um terceiro campo, independente e controlado pelos trabalhadores, oposto tanto aos rumos do governo petista quanto da oposição de direita. Essa necessidade se expressa na atual discussão sobre os leilões do petróleo. Discordamos da atual política do Governo Federal, que dá continuidade à venda do nosso petróleo, mas nem por isso deixaremos de lutar contra os ataques da direita à Petrobrás.

ACE: precarização dos direitos dos trabalhadoresÉ no contexto desta política econômica que aparece a proposta de mudança na legislação trabalhista, com a adoção do chamado Acordo Coletivo Especial (ACE). Esta proposta, surgida através do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, vai ao encontro de outra grande demanda do governo e dos empresários: possibilitar a flexibilização e eliminação de direitos dos trabalhadores para baratear o custo da mão de obra. De acordo com o governo, isso levaria ao crescimento da economia e à geração de empregos. Mas, até hoje, não há nenhum dado da realidade que comprove essa tese. Esta proposta, caso aprovada, vai implicar em uma nova onda de flexibilização e precarização do trabalho em um país onde o trabalho já é muito precarizado.

A união de todos os trabalhadores e trabalhadoras fortalece a lutaO objetivo da marcha é justamente somar forças dos diversos setores da nossa classe que estão lutando por suas demandas, construindo assim um polo de resistência no país. Precisamos enfrentar em melhores condições a ofensiva das empresas e as políticas dos governos, federal e estaduais. O momento é de somar esforços para fortalecer as lutas e a resistência dos trabalhadores e da juventude contra a ofensiva dos grandes grupos econômicos e as políticas econômicas dos governos federal e estaduais. Todos a Brasília dia 24 de abril!