Bases da FNP iniciam assembleias rejeitando proposta de PLR

As primeiras assembleias nas bases da FNP estão rejeitando a proposta de PLR da Petrobrás. Com exceção de São José dos Campos, cujo calendário foi iniciado na última segunda-feira (11/03), as demais bases começaram as votações nesta quarta-feira (13/03).

Algumas parciais das primeiras consultas já foram divulgadas pelos sindicatos. É o caso do Sindipetro-SJC, cujas assembleias seguem até segunda-feira (18/03).

Até o momento, os trabalhadores da REVAP estão rejeitando com larga vantagem a proposta da companhia. No ADM, foram 69 votos contra e 53 a favor. Na votação realizada em um dos turnos a rejeição foi unânime. No Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (GASTAU), terminal da Transpetro, a rejeição também foi por unanimidade.

No Sindipetro-PA/AM/MA/AP, a votação segue até sexta-feira (15/03) e a primeira assembleia, realizada na manhã desta quarta-feira no prédio Manaus, demonstra o alto grau de insatisfação da categoria. No total, foram 67 votos contra a proposta da empresa e apenas 4 a favor. Além disso, os trabalhadores rejeitaram por unanimidade a discussão de PLR Futura.

No Sindipetro-RJ, as assembleias começaram nesta quarta-feira (13/03) e seguem até sexta-feira (15/03). Já no Sindipetro Alagoas/Sergipe, as assembleias começaram também nesta quarta-feira (13/03), mas seguem até terça-feira (19/03). No Sindipetro-LP, as assembleias acontecem na sede e sub-sede do Sindicato, na próxima segunda-feira(18/03), às 17h30.

REJEITAR A PROPOSTA E ARRANCAR NOVO VALORA FNP e seus sindicatos indicam a rejeição da proposta, pois entendem que é possível avançar em um novo valor. O montante proposto para a PLR 2012 dos trabalhadores é inferior em 35% àquele pago no ano passado. De R$ 1,56 bilhões para R$ 1,15 bilhões. O percentual destinado aos trabalhadores equivale a 13% dos dividendos pagos aos acionistas, praticamente metade dos 25% que temos direito a receber. Um absurdo!

Uma prova de que a proposta da empresa não atende aos anseios da categoria é a divisão pública dentro da própria federação governista. Pressionados pela base, três sindicatos racharam com a decisão do Conselho Deliberativo e se posicionaram publicamente contra a aceitação. São eles: Sindipetro-RN, Sindipetor-BA e Sindipetro-ES.

Nas votações nesses sindicatos, a proposta já foi rejeitada no Rio Grande do Norte e está sendo rejeitada no Espírito Santo. No Sindipetro-BA, a votação começou na última terça-feira e segue até o dia 22, sexta-feira da semana que vem, também com grande possibilidade de rejeição.

No Norte Fluminense, mesmo com o indicativo de aceitação da diretoria, as primeiras parciais apontavam a rejeição da proposta e agora a votação, segundo informações divulgadas pelo Sindipetro-NF, está apertada, sendo disputada voto a voto. Ou seja, mesmo com a aprovação em bases menores da FUP, o quadro segue indefinido.

AFINAL, QUEM DIVIDE A CATEGORIA?O discurso dos governistas de que a FNP divide a categoria cai por terra com esta campanha. Está claro que os responsáveis por dividir e enfraquecer os trabalhadores petroleiros são os governistas, não a FNP.

Aliás, diversas vezes a FNP buscou a outra federação para a construção de uma greve nacional. Fizemos todos os esforços possíveis para unificar a categoria na luta. Ao invés disso e contrariando a vontade dos trabalhadores de suas bases, a FUP apostou no divisionismo e na confusão, com seu calendário de mobilização pouco convincente. Durante toda a campanha não respondeu a nenhum dos chamados da FNP de unidade na luta e construção de um comando de greve. Agora, sabemos o porquê.

O VELHO TEATRO EM AÇÃOApesar de rejeitar a proposta num primeiro momento, a outra federação suspendeu a greve e preparou-se para entregar os pontos logo em seguida. Agora, mesmo defendendo durante toda a campanha o pagamento em parcela única, o que garantiria no mínimo mais 40 dias de mobilização para arrancar um novo valor, indica a aceitação de uma proposta praticamente idêntica à anterior.

Ou seja, a outra federação simplesmente abriu mão de lutar - durante os meses de março e abril - por um valor maior. Afinal, se até agora vinha defendendo o pagamento em parcela única e o calendário definido pela empresa prevê a quitação apenas no dia 6 de maio para esta opção, por que abandonar o direito da categoria de batalhar por uma proposta melhor? Por isso, não podemos chamar este indicativo de aceitação de outro nome a não ser de TRAIÇÃO.

Neste sentido, alertamos os trabalhadores das bases que estão aprovando por ampla maioria o pagamento em parcela única (é o caso do Norte Fluminense) a também rejeitar a proposta, já que o pagamento apenas em maio nos permite lutar por um valor justo de PLR.

O ENGODO DA PLR FUTURAPor fim, na tentativa de sufocar e desviar por completo a insatisfação da categoria,a outra federação joga uma cortina de fumaça sobre a batalha por uma PLR Justa com o debate sobre regramento, cuja intenção é destruir uma bandeira histórica da categoria: PLR Máxima e Igual para Todos! (25% dos dividendos pagos aos acionistas). Por isso, chamamos todos os trabalhadores e trabalhadoras a rejeitarem a proposta e exigirem a unidade dos sindicatos que seguem na luta.