Morte de surfista perto de Mexilhão acende o sinal vermelho para a Marinha

No último dia 31 de março, um surfista, Luigi Ucelli Maria di Nemi, 26 anos, morreu após se afogar durante um mergulho próximo à plataforma de Mexilhão, que ficaa 107 km de distância de Ilhabela, cidade de onde ele e mais três pessoas partiram de barco para praticar pesca submarina.

Horas antes do incidente, o grupo ignorou os pedidos dos petroleiros embarcados para deixarem o local por ser de alto risco. Existe, inclusive, uma norma que estipula uma área de exclusão de navegabilidade para esses casos. Segundo a Marinha, no raio de um quilômetro de cada plataforma é proibido pescar ou ancorar embarcações.

Infelizmente, esse não foi o primeiro grupo e, provavelmente, não será o último a arriscar a própria vida para praticar pesca esportiva ao lado de plataformas, conhecidas por concentrar cardumes.

Segundo a Petrobrás, a companhia realiza nesses casos, inclusive como apoio à Marinha, o registro através de fotos de toda e qualquer infração. Logo em seguida, é encaminhado à Marinha um ofício indicando o desrespeito à norma. O objetivo é fornecer um histórico desses casos para que a Marinha enxergue esse cenário e tome medidas para se adequar à nova realidade da região. Com as novas descobertas de pré-sal na Bacia de Santos e a expectativa de que cheguem à região mais de 30 novas plataformas, a tendência é que esses casos se multipliquem.

Hoje, o fato é que não existe estrutura nem mesmo para garantir um patrulhamento eficaz nas atuais condições. Segundo informações apuradas pelo Sindicato, existe uma única embarcação destinada a fazer o patrulhamento em nossa região. E o pior, essa embarcação fica no Rio de Janeiro.

Se a Marinha não se preparar para esta realidade que se avizinha, novas tragédias irão acontecer.