Greve por tempo indeterminado é interrompida, mas mobilização continua

Em defesa da unidade da categoria, Sindipetro-LP e demais sindicatos em luta esperam que as demais entidades se mobilizem para construir uma greve nacional e unificada. Na próxima quinta-feira (24/11), Assembleia irá avaliar o movimento e traçar novas estratégias de luta

Foi interrompida, nesta sexta-feira (18/11), a greve por tempo indeterminado nas unidades do Litoral Paulista. Na RPBC, a mobilização continua com atrasos na entrada dos grupos de turno a partir das 15 horas e a orientação é de que os trabalhadores realizem operação padrão no retorno ao trabalho.

Seguindo a decisão dos petroleiros do Litoral Paulista e, inclusive, das demais bases petroleiras de todo o país, o Sindipetro-LP iniciou a greve por tempo indeterminado no último dia 16, quarta-feira, em todas as unidades de produção da região (RPBC, Alemoa, Pilões, Tebar, UTGCA e Plataformas).

Durante dois dias, os petroleiros deram uma grande demonstração de força. Os trabalhadores do turno cortaram a rendição dos grupos e os petroleiros que trabalham em regime administrativo se recusaram a entrar nos seus locais de trabalho, integrando as concentrações em frente às unidades e, logo em seguida, retornando às suas casas. A adesão chegou a um patamar superior a 80% (Turno e ADM).

A empresa deu a sua resposta, mais uma vez, através de atitudes antissindicais. Criou grupos de contingência, manteve confinados por mais de 24 horas 18 trabalhadores do Tebar e UTGCA, liberados após intervenção do Sindicato, e cortou o transporte dos grevistas da RPBC. Ou seja, para garantir a produção das unidades e a geração de lucro, a empresa novamente deu de ombros para a segurança dos trabalhadores.

Por que a greve foi interrompida?Apesar de todas as ações da empresa para minar a disposição de luta da categoria, não foi a Petrobrás o maior obstáculo dos trabalhadores durante as mobilizações. O principal entrave para a continuidade da greve por tempo indeterminado foi a atuação da FUP.

Como se não bastasse contrariar a decisão dos trabalhadores, suspendendo repentinamente (sem qualquer nota pública) a greve marcada para o dia 16, a FUP também se recusou a se somar à greve. Mesmo assim, os trabalhadores das bases de seis sindipetros foram à luta e realizaram nos últimos dias 16 e 17 um forte movimento.

Tanto é que, à revelia da direção da FUP, os petroleiros baianos rejeitaram amplamente a proposta da empresa e também deflagraram greve na quarta-feira. Lamentavelmente, a FUP não divulgou uma linha sequer sobre o grande exemplo de luta dado por esses companheiros, nem mesmo prestou qualquer manifestação de solidariedade.

Diante disso, na noite da última quinta-feira (17/11), o Sindipetro-LP reavaliou o cenário nacional e considerou que a atual conjuntura se mostrava insuficiente para a construção de uma greve nacional e unificada, justamente o principal objetivo deste movimento. A expectativa era de que os demais sindicatos integrassem o movimento iniciado pelos sindipetros do Litoral Paulista, São José dos Campos, Alagoas e Sergipe, Rio de Janeiro, Bahia e Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá.

Agora, o momento é de reunir forças. Em defesa da unidade da categoria, o Sindipetro-LP e demais sindicatos em luta esperam que as demais entidades se mobilizem para construir uma greve nacional e unificada. Deixamos registrado que tivemos esta possibilidade durante esses dois dias, quando praticamente metade da categoria petroleira cruzou os braços para reivindicar aumento real no salário básico.

Cabe agora à FUP explicar por que desmarcou a greve repentinamente, abandonou um dos seus sindicatos (Bahia) e não se somou ao movimento de uma importante parcela da categoria.

Próximos passosJustamente para discutir os rumos da campanha reivindicatória, o Sindipetro-LP realizará na próxima quinta-feira (24/11), uma Assembleia para avaliar o movimento realizado até aqui e traçar novas estratégias de luta. A Assembleia acontece na sede, em Santos, e na sub-sede, em São Sebastião, às 17h30 (em primeira chamada), e às 18 horas (em segunda chamada).