A PETROS sob a ótica do patrocinador – parte I

Por Cacau Pereira - pesquisador do IBEPS

Por Cacau Pereira é pesquisador do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps)

Uma entidade fechada de previdência complementar estabelece diretrizes que buscam se afinar com a estratégia do seu negócio. No caso da Petros não é diferente, mas as sucessivas mudanças na sua direção – note-se que a diretoria executiva é toda indicada pela patrocinadora – têm exposto o fundo de pensão a visões bem distintas de administração.

O Plano estratégico, revisto anualmente, estabelece as diretrizes que vão nortear as atividades da Petros e orienta “o cumprimento da nossa missão e o alcance da nossa visão, com base nos nossos valores” conforme destaca a página da Fundação.

O texto define como “Missão” da entidade “pagar benefícios aos nossos participantes de forma eficiente, transparente e responsável, com base em uma gestão de excelência”. A “Visão” da EFPC seria dada por “ser reconhecida por sua excelência no atendimento aos seus participantes, na administração de planos de previdência, na gestão de ativos, na integridade e na transparência”.

A gestão dos negócios seria balizada pelos seguintes valores:
•    Integridade
•    Credibilidade
•    Respeito às pessoas e a sua diversidade 
•    Inovação e abertura a novas ideias
•    Transparência

A atual gestão à frente da Diretoria Executiva da Petros estabeleceu como propósito “impactar positivamente quem confia o seu futuro a nós”, o que denota, implicitamente, o reconhecimento de que as gestões anteriores acumularam desgastes na relação com os participantes.
Buscando retomar o planejamento de longo prazo, em 2024, a Petros iniciou a elaboração de um plano estratégico plurianual, o que, segundo a Diretoria Executiva, “permitirá à Fundação navegar com mais segurança em meio a importantes desafios a serem enfrentados nos próximos anos”. 
Esse Plano está alicerçado em quatro objetivos estratégicos, que seriam: eficiência operacional, cultura centrada no participante, pessoas e excelência na gestão dos investimentos.

O aprimoramento da eficiência operacional e fortalecimento da governança teriam como indicadores a melhoria da eficiência financeira (comparativo das receitas com suas despesas administrativas, como contratos, tributos e despesas gerais) e a modernização tecnológica dos sistemas utilizados para gestão dos planos de benefícios.

A construção de uma cultura que proporcione satisfação ao participante teria como indicadores o nível de satisfação dos participantes e, especificamente, a satisfação dos participantes com os canais de atendimento, como a Central de Relacionamento, chat e e-mail.

Já o investimento na busca, retenção e desenvolvimento das pessoas teria como indicador uma pesquisa de clima, que mensure a percepção dos empregados e estagiários da Petros sobre aspectos do ambiente de trabalho.

Por fim, o objetivo de fortalecer o processo de gestão de investimento teria como indicadores alcançar rentabilidade frente ao referencial de mercado e o atingimento das metas atuariais. O primeiro objetivo significa alcançar nos investimentos um desempenho dos indicadores de mercado, como CDI (renda fixa), Ibovespa (renda variável), entre outros. Já a meta atuarial seria o “alvo que buscamos atingir com o objetivo de cumprir os compromissos futuros dos planos administrados pela Petros”.

Governança
Dentre os eixos centrais que norteiam a atual gestão estariam o fortalecimento da governança e da transparência. A página da Fundação assevera:
“Como forma de dar clareza aos nossos participantes, patrocinadores, entidades representativas, parceiros e demais públicos de interesse sobre nossos normativos, contamos com um espaço exclusivo no Portal Petros para reunir os documentos fundamentais que regem a nossa atuação, em conformidade com as normas legais e seguindo as melhores práticas de mercado”.
“Nesta área [o Portal] os interessados podem navegar por diversos temas e conhecer melhor o conjunto de medidas praticadas para o aperfeiçoamento da nossa governança e as ações que conduzimos para mitigar riscos e proteger a Fundação”.
Sobre esse tema trataremos no próximo artigo.