FNP divulga fraude na venda dos campos de Baúna e Tartaruga Verde

Vamos falar a verdade?

 

A direção da Petrobrás divulgou nesta semana que desistiu da venda dos campos de Baúna e Tartaruga verde para Karoon por conta das liminares na Justiça Federal de Sergipe, promovidas pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que impediam o prosseguimento do negócio. Mentira!

Como foi o esquema

A Petrobrás disse que fez um processo competitivo, que ela chama de licitação – a FNP não reconhece como licitação e o próprio Tribunal Superior afirma que não pode ser considerado licitação -, e após análise das propostas apresentadas, afirma que quem ganhou foi a Karoon.

Proposta da Karoon

Karoon explica que vai comprar os dois campos com a Woodside, maior empresa petrolífera da Austrália.

A Austrália Karoon Gas é uma empresa pequena, que tem um capital social de apenas 450 milhões de dólares.

Segundo informações contidas nos processos, o preço que a Petrobrás dá a entender que estaria vendendo esses dois campos equivale a 1 bilhão e 600 milhões de dólares. Ou seja, três vezes mais, no mínimo, que o valor do capital social da Karoon. Portanto, Karoon não tinha dinheiro para comprar e não tinha tecnologia. Assim, quem dava solidez para a proposta era a Woodside.

No entanto, em setembro de 2016, a Woodside informou que não aprovava a proposta da Karoon. No mês seguinte, a Woodside exigiu que a Karoon informasse para a Petrobrás o seu posicionamento. Então, ainda em outrubro, a karoon enviou uma carta para a Petrobrás e informou que a Woodside não participaria mais do negócio. Em novembro de 2016, numa conferencia telefônica, mais uma vez a Woodside fala que não tem interesse na proposta da Karoon.

 

Qual é o grande crime?

A direção da Petrobrás disse que quem venceu o processo competitivo foi a Karoon com a Woodside. Mas, a Woodside não fazia parte da proposta. Então, a proposta da Karoon era uma fraude e a Pedro Parente sabia de tudo e mesmo assim, durante todo esse tempo, tentou vender os dois campos, valiosíssimos, para a Karoon.

Só o campo de Baúna tem uma produção anual de 1 bilhão e 600 milhões de dólares. E esse era o preço que a Pretrobrás estava pedindo por este campo e pelo campos de Tartaruga Verde, que tem reservas de petróleo avaliada em barris por 47 bilhões de dólares.

Portanto, a direção da Petrobrás estava entregando esses dois campos pelo preço da produção anual de Baúna, que é o menor dos campos, localizado na Bacia de Campos. Pedro Parente estava entregando os campos para uma empresa que não tem dinheiro para comprar. Ele sabia que a Woodside não estava participando do processo desde outubro do ano passado. Escondeu isso do mercado, do Judiciário, do Tribunal de Contas da União (TCU), dos acionistas e dos petroleiros.

Pedro parente sabia que a proposta da Karoon era uma fraude e mesmo assim ficou entrando com recurso atrás de recurso para vender os campos para Karoon.

Qual interesse de Pedro Parente?

A carta da Karoon mostra a negligência, a improbidade administrativa da direção da Petrobras. Em outras palavras, a carta exemplifica a administração temerária de Pedro Parente.  “Eles estão negociando esses campos de petróleo valiosíssimos como se fossem cachorro-quente do carrinho da esquina”, afirmou o Jurídico da FNP.

Se o negócio fosse sério, minimamente, quando a Karoon apresentou a proposta de compra, informando que havia uma parceria com a Woodside, a gerência da Petrobrás deveria ter solicitado uma carta de confiança da Woodside. Por que ele não fez isso?

 Vamos, então, supor que a direção da empresa não tenha entendido a carta. Em 15 de fevereiro de 2017,  a Woodside mandou uma carta para a Petrobrás explicando, passo a passo, o porquê não estava participando do processo.

No dia 15 de fevereiro, a direção da Petrobrás não poderia ter mais nenhuma dúvida sobre a desistência da Woodside no processo de compra dos campos de Baúna e Tartaruga Verde. Apesar disso, Parente continuou entrando com recursos, no Superior Tribunal, a fim de liberar a venda para a karoon.

Segundo o Jurídico da FNP, essa atitude da gerência da Petrobrás caracteriza “improbidade administrativa”, ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da Administração Pública. Para piorar a situação, Parente pede sigilo dos documentos ao Supremo Tribunal.

Porque estes documentos juntados pela própria direção da Petrobrás mostram que o que existe, hoje, na direção da empresa é o mesmo esquema de corrupção denunciado pela operação Lava Jato.

Fonte: FNP